Revista Exame

Amaro Aviation se inspira na americana ­NetJets e quer ser a maior do país

Impulsionado pelo agronegócio e pelo mercado financeiro, o mercado da aviação compartilhada quer ampliar o acesso aos jatos executivos

Pilatus C-24 da Amaro Aviation em seu voo inaugural: aeronave pode operar até mesmo em pistas náo pavimentadas (Divulgação/Divulgação)

Pilatus C-24 da Amaro Aviation em seu voo inaugural: aeronave pode operar até mesmo em pistas náo pavimentadas (Divulgação/Divulgação)

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GabrielJusto

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 05h46.

Última atualização em 1 de novembro de 2021 às 12h19.

Recém-regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a gestão de aeronaves de propriedade compartilhada é um negócio que já nasceu voando alto no Brasil. Funciona assim: em vez de ter o próprio jatinho e arcar sozinho com todos os custos fixos dele, desde julho é possível ter apenas uma cota de uma aeronave, deixando toda a operação e as responsabilidades jurídicas envolvidas nas mãos da empresa operadora.

Uma dessas empresas é a Amaro Aviation. Fundada neste ano por Marcos Amaro, caçula do fundador da TAM, e David Barioni, ex-CEO da mesma companhia e um dos fundadores da Gol, a Amaro Aviation se inspira no sucesso da americana ­NetJets, de Warren Buffett, para ser a maior do país no seu segmento. O potencial é grande: o Brasil tem uma frota de mais de 600 jatos executivos em operação (a maior do mundo depois da americana), que vão muito além das 150 cidades servidas regularmente pela aviação comercial. No entanto, nem 5% deles são de propriedade compartilhada — nos Estados Unidos esse número chega a 50%.

 “Atualmente operamos oito aeronaves e, em cinco anos, queremos chegar a uma frota de 50”, explica o fundador Marcos Amaro, cujos principais clientes vêm do agronegócio, do comércio varejista e, claro, da Faria Lima, que fica a apenas 15 minutos de helicóptero do São Paulo Catarina, um elegante aeroporto internacional butique inaugurado pela JHSF no final de 2019 perto da Rodovia Castello Branco, em São Roque. Sem o fluxo intenso da aviação comercial, quem pousa ou decola dali não leva mais do que 10 minutos para embarcar ou desembarcar de seu voo. Isso mesmo: nada de chegar com 3 horas de antecedência e ficar outras tantas esperando as malas e passando pela imigração.

 “No caso dos voos internacionais, estamos falando de uma economia de pelo menos 5 horas para o passageiro. Ou seja: para além do alcance ilimitado, do conforto e da comodidade, a aviação executiva é como uma máquina do tempo”, explica o presidente da JHSF, Thiago Alonso, que recentemente anunciou a construção de mais 12 hangares no aeroporto, totalizando 17 — uma expansão natural para quem, em menos de dois anos, já guarda ali 70 aeronaves e quer chegar a 250. “É uma curva de crescimento bem acima de nossas projeções iniciais.”

Na Amaro, uma cota de um Pilatus PC-12 (um turboélice de “entrada”) custa a partir de 440.000 dólares por ano, com custo de 828 dólares por hora de voo — cada cota dá direito a voar 60 horas por ano. Segundo a companhia, é um ótimo negócio para quem voa mais de 30 horas ao ano. “E ainda somos uma empresa muito mais sexy do que a Net­Jets, com a arte e o bem-servir do espírito do meu pai no nosso DNA”, gaba-se Amaro. 

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