Mariângela Hungria: sua técnica é aplicada em 15 milhões de hectares (Embrapa/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.
Em outubro, Mariângela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, receberá em Des Moines, nos Estados Unidos, o Prêmio Mundial de Alimentação 2025, considerado o “Nobel” da agricultura, em reconhecimento às suas contribuições para a produtividade agrícola e a sustentabilidade.
A pesquisa de Hungria promove o uso de microrganismos como fertilizantes, para reduzir a dependência de produtos químicos, aumentar a produtividade e diminuir o impacto ambiental — a técnica já é aplicada em 15 milhões de hectares no Brasil. Ela também contribui para um setor que deve chegar a 45 bilhões de dólares em 2032.
Quais são os desafios da pesquisa em fertilizantes biológicos no Brasil?
A pesquisa tem ganhado muita força, especialmente com a escassez de fertilizantes químicos. No entanto, o cenário da pesquisa no Brasil é muito difícil. O financiamento é imprevisível, e as desigualdades entre os estados agravam a situação. Mesmo assim, os biológicos representam uma solução importante para o futuro da agricultura brasileira.
Como o país poderia estimular as pesquisas na área?
Áreas como a bioeconomia e a pesquisa para culturas da agricultura familiar precisam do apoio do governo, que deve garantir um suporte contínuo.
Como atrair mais jovens para as áreas de pesquisa agropecuária?
Uma maneira é garantir melhores condições de trabalho e um planejamento estratégico que inclua formação contínua. Além disso, o reconhecimento da importância da pesquisa para a agricultura familiar e da sustentabilidade pode motivar mais os jovens.