Revista Exame

O doutor online chegou

As consultas médicas à distância, comuns no exterior há anos, ganham impulso no Brasil

Ilustração: Victor Beurer /

Ilustração: Victor Beurer /

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 9 de abril de 2020 às 05h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 14h51.

Diante da pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil em fevereiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou, provisoriamente, o atendimento médico à distância.

A medida permite que os médicos orientem e monitorem pacientes por videoconferência. Com a medida, há menos pessoas em hospitais, e o risco de contágio é menor. O atendimento médico à distância já acontece em países como Reino Unido e Estados Unidos há anos.

No Brasil, a prática é regulada por uma resolução de 2002, que não previa o turbilhão de tecnologias que surgiram de lá para cá, como os smartphones e a internet móvel. Além da resistência dos conselhos regionais de medicina, um dos principais pontos de discussão na telemedicina é o erro clínico. Por isso, a resolução de 2002 pede que a teleorientação só ocorra após uma primeira consulta presencial. Com isso, o risco é reduzido, mas o atendimento não chega a regiões remotas do país.

Com o cenário caótico da saúde pública, houve uma explosão na demanda por serviços de telemedicina, liberados no Brasil só durante o combate ao coronavírus.

A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein realizou 21.500 atendimentos à distância de janeiro a março deste ano, mais da metade de todos realizados em 2019, quando era necessário ter um médico de cada lado da videoconferência. Estudada desde os anos 1970, a telemedicina ganha um novo capítulo com a pandemia do novo coronavírus e pode acelerar o desenvolvimento de um setor bilionário.

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