A rotina começa a voltar ao normal na Dinamarca e em outros países da Europa: a pandemia do coronavírus mostrou como o mundo está interconectado | Ólafur Steinar Gestsson/Ritzau Scanpix/AFP /
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2020 às 05h50.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 13h14.
Enquanto a equipe da EXAME preparava esta edição da revista, o mundo ultrapassava os 2 milhões de casos de coronavírus e caminhava em ritmo acelerado para o terceiro milhão. O Brasil passou dos 40.000 casos e apenas São Paulo, o estado onde fica nossa redação, chegou a 1.000 mortos. Em meio à emergência de saúde, Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, numa decisão que passa pelos mais variados e obscuros motivos, menos o de saúde pública.
Lá fora, o presidente americano, Donald Trump, cortou repasses à Organização Mundial da Saúde, numa manobra para se distanciar dos efeitos da pandemia. A Alemanha cancelou a Oktoberfest, em setembro, e o governo da Colômbia já cogita cancelar a Copa América de futebol de 2021. Os efeitos da pandemia estarão conosco por muito tempo — e não necessariamente destravando o melhor das lideranças e da sociedade. Mas motivos para otimismo também não faltam. Alemanha, Áustria, Dinamarca, Noruega e República Tcheca começam, lentamente, a retomar a rotina. Espanha, Estados Unidos e Itália, três dos países mais afetados, anunciam gradual redução no número de mortos.
No Brasil, maio ainda deverá ser um mês difícil, mas olhar para a frente se faz necessário. Esta edição da EXAME reúne reportagens sobre os ensinamentos trazidos pela crise e sobre o mundo pós-coronavírus. No campo dos investimentos, uma série de reportagens e um artigo de Florian Bartunek mostram que o investidor deve se dedicar a conhecer melhor onde coloca seu dinheiro. O oba-oba passou — e não deve voltar tão cedo. É uma oportunidade de se aprofundar nos estudos e de se proteger melhor contra crises futuras.
Nos negócios, como mostra a reportagem de capa, o avanço súbito do e-commerce obriga milhares de empresas a se adaptar do dia para a noite, e ainda deixa um questionamento: como será o varejo físico quando as lojas reabrirem? Uma certeza é que os consumidores não serão mais os mesmos — e estarão mais preocupados com o próximo e com um consumo consciente. Os governos também estão descobrindo o valor de oferecer mais serviços digitais — um ganho de eficiência que também não tem volta. Os modelos vêm de países tão diferentes quanto Estônia e Índia. Investidores, consumidores, empresários, políticos: o coronavírus muda o mundo para todos. Como disse o apresentador Luciano Huck em uma live com a EXAME, a pandemia mostrou como tudo está interconectado. Da política externa aos exercícios físicos, esta edição também está toda interligada e tem a missão de ajudá-lo a entender a crise e a se preparar para o dia seguinte.
Ele virá. Boa leitura.