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Visão Global — O Chile segue na contramão da América Latina

Diferentemente do que acontece com outros países da região, a economia do Chile vive um de seus melhores momentos

Plaza de Armas, em Santiago, no Chile: ao contrário dos demais países da América Latina, a economia do Chile acelerou no segundo trimestre (Manfred Gottschalk/Getty Images)

Plaza de Armas, em Santiago, no Chile: ao contrário dos demais países da América Latina, a economia do Chile acelerou no segundo trimestre (Manfred Gottschalk/Getty Images)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 05h36.

Última atualização em 30 de agosto de 2018 às 05h36.

Ao longo de 2018, a expectativa de que as maiores economias da América Latina teriam um ano de crescimento razoavelmente forte acabou sendo frustrada pelo agravamento de crises políticas e econômicas. Agora, a previsão é de um ritmo de expansão bem mais moderado para a região. É o que vem acontecendo no Brasil, no México, no Uruguai e também na Argentina. Esta, além de ter recorrido a um empréstimo no Fundo Monetário Internacional, agora enfrenta uma crise política por causa de um grande escândalo de corrupção. Em meio às turbulências na América Latina, uma exceção é — mais uma vez — o Chile. A economia do país vive um de seus melhores momentos nesta década.

Os dados divulgados pelo Banco Central chileno em meados de agosto mostram que o produto interno bruto cresceu à taxa anualizada de 5,3% no segundo trimestre, o ritmo mais alto dos últimos quatro anos. A alta é puxada, principalmente, pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos. O resultado só não foi melhor porque houve queda do preço do cobre — um dos principais produtos do país —, levando à redução das exportações.


ALEMANHA

É preciso expandir a internet rápida

Clientes em café de Berlim: a conexão de fibra óptica ainda chega a poucas pessoas | Willie B. Thomas/Getty Images

A Alemanha está entre as dez economias com os maiores níveis de produtividade do mundo, junto com os Estados Unidos. Apesar da excelente colocação, o ritmo de crescimento da produtividade tem sido baixo na última década. Um estudo recente feito por economistas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — grupo que reúne principalmente países ricos — traz algumas sugestões para que a produtividade alemã volte a crescer. Uma das recomendações é melhorar o acesso à internet rápida.

Na Alemanha, apenas 2% dos assinantes de banda larga têm acesso a redes de fibra óptica, que oferecem velocidades superiores a 50 megabits por segundo. É um dos níveis mais baixos entre os países da OCDE. No Japão, um dos mais bem colocados, 76% das conexões são de fibra óptica. Para a OCDE, ter uma boa infraestrutura de internet rápida é fundamental para que a Alemanha adote novas tecnologias que exigem alta capacidade de transmissão.


ÍNDIA

O atraso no campo

Colheita na Índia: 47% da força de trabalho está no campo | Saqib Majeed/SOPA Images/Getty Images

Ao contrário de outros países emergentes, a Índia ainda depende muito da agricultura e da pecuária. Quase metade da população ocupada do país (ou 260 milhões de pessoas) trabalha no campo. E o setor agropecuário representa 15% da economia indiana — quase três vezes a participação que tem no Brasil, de 6%. Com alta oferta de trabalhadores rurais, a agricultura indiana ainda é pouco mecanizada e sofre com a falta de silos para estocar a produção e de infraestrutura básica de irrigação.

Segundo um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país tem uma das taxas de  produtividade no campo mais baixas entre as grandes economias mundiais. Para o FMI, reduzir esses problemas é essencial para que a Índia ganhe competitividade na agricultura.

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