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Alçando voos maiores: o CAC caiu após o M&A

A venda da plataforma Octadesk à Locaweb trouxe o capital que faltava para a startup conquistar públicos distintos a baixo custo

Rodrigo Ricco, da Octadesk: a venda do negócio reduziu o custo por novos clientes (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Ricco, da Octadesk: a venda do negócio reduziu o custo por novos clientes (Divulgação/Divulgação)

O empreendedor paulista Rodrigo Ricco fundou três empresas. Com a aposta mais recente, a plataforma conversacional Octadesk, ele concluiu um ciclo típico de muitas startups brasileiras: a venda do controle para uma corporação maior e com bala na agulha para investimentos. Aberta em 2015, a Octadesk cria tecnologias para o atendimento virtual a clientes, o chamado chat commerce.

Até 2019, o negócio cresceu atendendo pequenas e médias empresas, mas o custo alto de aquisição de clientes — métrica conhecida pela sigla CAC — emperrava sonhos mais altos. Além disso, no longo prazo podia colocar a perder todo o investimento de tempo, dinheiro e energia no negócio — Ricco havia encerrado a operação das outras duas empresas por esse motivo. Por isso, ele contratou uma butique de M&A em busca de capital para contornar o nó da expansão.

As tratativas terminaram dois anos depois: com um cheque de 102 milhões de reais, a ­Locaweb comprou 100% do controle da Octadesk. Ricco seguiu no comando da empresa e contou com a controladora no esforço de otimizar os recursos de modo a ter fôlego para a expansão. ­Áre­as de suporte, por exemplo, hoje são integradas às da ­Locaweb. “É sobre fazer mais com menos, ou seja, como entregar uma receita maior, reduzindo os custos e sem deixar de lado a boa experiência”, afirma Ricco. 

A integração do produto da Octadesk à base de mais de 600.000 clientes da Locaweb tem potencial de reduzir drasticamente o CAC. O arranjo permite hoje ao time de 170 funcionários subordinados a Ricco na Octadesk atender mais de 3 milhões de chats empresariais por mês. A venda à Locaweb permitiu também ao chat commerce da Octadesk ser embarcado nos softwares de outras empresas de maneira escondida, num modelo white label impulsionado pela rede de relacionamentos da controladora. Para ele, a venda para uma grande corporação tem sido uma experiência positiva, mas empreendedores interessados devem fazer uma avaliação cautelosa do negócio, sobretudo num cenário de mau humor dos investidores com startups. “Hoje o crescimento não é tudo que importa numa startup”, diz ele. “Mais vale a comprovação de que o modelo de negócios é sustentável.”  

(Arte)


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