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Como avanço da extrema-direita na França pode afetar a Europa

Macron deve ser reeleito à Presidência em abril, mas o crescente apoio da população à pauta ultraconservadora tem chocado os franceses e a Europa

Protesto em Paris contra a extrema-direita: Éric Zemmour é o novo nome do movimento, que cresce com críticas à imigração e ao islã (NurPhoto/Getty Images)

Protesto em Paris contra a extrema-direita: Éric Zemmour é o novo nome do movimento, que cresce com críticas à imigração e ao islã (NurPhoto/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 05h29.

Ainda que o presidente francês Emmanuel Macron não tenha apresentado sua candidatura à reeleição, a disputa pelo Palácio do Eliseu, em abril de 2022, está praticamente definida. As pesquisas apontam que o atual presidente deve ser eleito para um novo mandato. O que preocupa os franceses no momento, porém, é o avanço da extrema-direita, que ganhou um novo nome e rosto: os do jornalista e escritor Éric Zemmour.

Com críticas à imigração e ao islã, ele atrai eleitores da novamente candidata da extrema-direita Marine Le Pen. Em recentes pesquisas de intenção de voto, Zemmour poderia chegar a 15% dos votos no primeiro turno; Le Pen, a cerca de 19%; e Macron, a 25%.

Os números surpreendem e podem crescer ainda mais. No início de dezembro, a direita tradicional escolheu como candidata a líder moderada Valérie Pécresse, que venceu Éric Ciotti, com ideias mais conservadoras. A imprensa francesa considera que muitos votos de Ciotti podem migrar para Le Pen e Zemmour. O cientista político Mathias Alencastro, doutor pela Universidade de Oxford e mestre pela Universidade de Sorbonne, avalia que a extrema-direita francesa nunca esteve tão competitiva. “Macron deve vencer, mas é bem possível que a extrema-direita ultrapasse 40% dos votos, o que é muito chocante”, diz.

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