Assim como a Mutum pratica meditação com os colaboradores, a Vivo possui espaço de meditação na empresa. (Leandro Fonseca/Exame)
André Jankavski
Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 05h00.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 15h48.
A depressão e o transtorno de ansiedade fazem parte de uma espécie de epidemia global e afetam fortemente as economias. Estima-se que 1 trilhão de dólares sejam perdidos em produtividade todos os anos em decorrência de ambas as doenças. No Brasil, a Organização Mundial da Saúde calculou que 6% da população sofre com depressão, enquanto 9% têm algum transtorno de ansiedade. Os números correspondem ao triplo da média global.
Mesmo assim, poucas empresas brasileiras criaram medidas para amenizar a ocorrência desses problemas. Um estudo da consultoria americana Mercer Marsh, realizado em 11 países da América Latina, aponta que apenas 21% das companhias brasileiras mantêm políticas ou programas para cuidar da saúde mental dos funcionários. Na região, três países ultrapassam esse percentual: Colômbia (45%), Porto Rico (35%) e México (22%).
A maioria das empresas ainda se concentra em fazer apenas o básico para a identificação dos problemas: o foco está nas avaliações psicológicas obrigatórias por lei e nas realizadas nos processos de seleção de pessoal. Medidas preventivas, como pareceres periódicos (5%), continuam sendo raras.
“De cada dez atestados médicos de afastamento, cinco são relacionados a doenças psicoemocionais. Mesmo assim, as empresas que cuidam da saúde mental dos funcionários são minoria”, diz Antonietta Medeiros, superintendente de gestão de saúde da Mercer Marsh Benefícios.
CARROS ELÉTRICOS
Se os automóveis autônomos ainda estão em fase de desenvolvimento, os carros elétricos são uma realidade em diversos lugares do mundo. Até 2030, eles devem representar 30% das vendas globais, segundo estimativa da consultoria Bain & Company. Mas o avanço desses modelos é desigual. Enquanto os carros elétricos já representam parte relevante das vendas em nações como Noruega (46%) e Suécia (8%), eles são insignificantes em países como Brasil e África do Sul.
O Brasil está, em média, de sete a oito anos atrasado na adoção da tecnologia. Em 2018, a participação de mercado dos carros elétricos no país equivalia ao patamar da China em 2010 ou ao da Noruega em 2007. Explica-se: o governo não segue a tendência global de incentivos ao consumidor. Além disso, a exploração do pré-sal e o avanço da indústria do etanol também devem postergar uma arrancada das vendas de carros elétricos por aqui.