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Nossos homens em Genebra

Conheça o escritório de advocacia americano que está por trás das vitórias do Brasil na OMC

O advogado americano Andersen: perito em OMC

O advogado americano Andersen: perito em OMC

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 15h20.

A vitória dos produtores brasileiros de algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC), em março passado, foi, num primeiro momento, motivo de euforia para o executivo Helio Tollini, presidente da associação que representa o setor. O fim dos subsídios americanos aos produtores poderia abrir um mercado de 480 milhões de dólares para os brasileiros.

Mas não foi uma vitória indolor. Em 2004, numa reunião em Genebra, onde fica a sede da OMC, os brasileiros passaram mais de 15 horas reunidos com o pessoal do escritório de advocacia americano Sidley Austin. Entre pedaços de pizza e garrafas de refrigerante, os brasileiros não paravam de olhar o relógio. Cada hora de alguns advogados presentes custava 500 dólares em honorários -- quase o preço de meia tonelada de algodão.

Os americanos pagaram a pizza e, no final do processo, apresentaram uma fatura de 3 milhões de dólares. "Estamos levantando recursos com os fazendeiros para pagar os 400 000 dólares que ainda estamos devendo", diz Tollini.

Com sede em Chicago e fundado em 1866, o Sidley Austin é uma das maiores bancas do planeta, com 1 500 advogados e faturamento anual próximo de 1 bilhão de dólares. Seus profissionais estão por trás das vitórias brasileiras mais importantes na OMC, como a da Embraer contra a canadense Bombardier e a dos produtores de cana contra a União Européia -- além da contenda do algodão.

Um dos motivos que fazem do Sidley Austin líder em disputas na OMC é o simples fato de ser uma das poucas grandes bancas estrangeiras com escritório em Genebra. Além disso, ele mantém em seus quadros especialistas como Scott Andersen, advogado que defendeu o Brasil no caso do algodão.

O Sidley Austin conta também com ex-membros do United States Trade Representative, o órgão americano que cuida do comércio internacional. "Temos muitos casos na OMC, o que nos permite ter quase 15 advogados dedicados exclusivamente a isso", diz o americano David Palmeter, que trabalhou nos grandes casos brasileiros.

O Sidley já começa, porém, a enfrentar a concorrência de escritórios brasileiros. Com o aumento do número de empresas nacionais que recorrem à OMC, os escritórios locais tentam brigar por espaço. O Veirano e o Demarest já destacaram sócios para captar clientes nessa área. O Veirano defende atualmente os produtores de frango numa disputa contra a União Européia. "A competição com os estrangeiros é muito difícil", diz José Diaz, do Demarest. "Mas estamos nos preparando."


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