Câmara dos Deputados: alta fragmentação partidária | /Agência Senado / (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Flávia Furlan
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 05h12.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 08h11.
O Brasil lidera um ranking das eleições mais fragmentadas do mundo, que são aquelas em que se elege o maior número de partidos com poder efetivo nas decisões. Os dados são de um estudo do americano Scott Mainwaring, professor na Escola de Administração Pública da Universidade Harvard, e consideram o número de partidos e a participação deles nos votos dos eleitores. Foram analisadas as eleições para a Câmara dos Deputados em 67 países, entre emergentes e desenvolvidos, desde a década de 40. Nas eleições de 2014, o número efetivo de partidos no Brasil foi de 14, empatado com o da eleição de 1995 em Benim, na África.
Na América Latina, o Brasil foi palco de seis dos dez pleitos mais fragmentados. Mas o grande número de legendas não significa que os vários interesses da população estejam bem representados. “Boa parte da fragmentação brasileira atende aos interesses de políticos, o que reduz a identificação partidária”, diz Mainwaring.
EDUCAÇÃO
MAIS CRÉDITO PARA UNIVERSITÁRIOS
O saldo mundial de empréstimos para a educação superior deverá alcançar 2,2 trilhões de dólares em 2021, aponta a pesquisa Estudantes do Amanhã, realizada pela consultoria britânica Euromonitor. Nas principais economias do mundo, esse estoque cresce como resultado dos altos custos das universidades particulares. Nos Estados Unidos, o resultado do endividamento não tem sido positivo: 7 milhões de estudantes estão em situação de calote, sem pagar os empréstimos federais pelo menos por um ano. Desde 2011, houve um crescimento real de 34% no saldo de empréstimos para a educação superior em todo o mundo. O Brasil foi o sétimo entre 45 países a ter o maior aumento nos empréstimos, para um saldo de 8 bilhões de dólares em 2017.
SEGURANÇA
A VIOLÊNCIA DO RIO FAZ NOVA VÍTIMA: O GALPÃO LOGÍSTICO
A escalada da violência no Rio de Janeiro, mais especificamente a do roubo de cargas, está reduzindo a demanda por condomínios logísticos no estado. Segundo dados da consultoria imobiliária SiiLA, a taxa de ocupação desses espaços caiu 10 pontos percentuais desde 2016 — hoje está em 70%. “Diversas seguradoras deixaram de assegurar mercadorias que trafegam no Rio de Janeiro”, diz Giancarlo Nicastro, presidente da SiiLA no Brasil. “Muitas indústrias têm buscado alternativas para estocar cargas em São Paulo e em Minas Gerais.” O resultado é que desde 2016 os condomínios paulistas estão mais cheios: a ocupação subiu de 71% para 73%.
SONEGAÇÃO
O BRASIL VOLTOU DEZ ANOS NA INFORMALIDADE
Em 2017, a fatia da economia informal no Brasil beirou os 38% do PIB. É o maior nível desde 2007, segundo dados preliminares do economista austríaco Frie-drich Schneider, da Universidade de Linz, um dos pais do termo “economia das sombras”, que acompanha a sonegação de impostos no mundo desde 1991. Por trás do mau resultado está a recessão de 2014-2016, que elevou o desemprego e interrompeu uma década de formalização do trabalho — e de queda na sonegação. Com isso, o Brasil ficou ainda mais longe da média mundial, que em 2015 foi de 28% do PIB, e até mesmo de outros emergentes: a fatia da economia ilegal em 2017 foi de 14% na China, 17% na Índia, 24% na África do Sul e 35% na Rússia.