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Modernos e perigosos: o que saber antes de aplicar em bitcoins

Conheça também outros investimentos ligados a inovações tecnológicas e startups

Bruno Milanello: retorno de 120% em menos de cinco meses | Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

Bruno Milanello: retorno de 120% em menos de cinco meses | Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

NB

Naiara Bertão

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 15h23.

O administrador de empresas Bruno Milanello acompanhou de perto a euforia com os bitcoins. Analista de investimentos numa seguradora de São Paulo, ele passou um tempo sendo provocado pelos amigos, que queriam saber se dava para ganhar dinheiro nesse mercado. Nunca acreditou muito que fosse possível, até este ano. Há alguns meses, Milanello começou a estudar a fundo o segmento de moedas virtuais e, como teste, aplicou 100 reais em bitcoins no início de julho. Dias depois, aumentou para 500 reais. Ganhou dinheiro, achou que tinha entendido a lógica e aumentou a aplicação para 15 000 reais nos meses seguintes. Ganhou 120% em menos de cinco meses. “Estou ciente dos riscos, por isso, só invisto uma pequena parte do patrimônio nisso”, diz. Pelo menos, por enquanto. Ele já começou a investir em outra moeda virtual, o ether, e não deve parar por aí. “Há muitas novidades interessantes no mercado financeiro.” No último ano, surgiram vários investimentos financeiros ligados a startups e inovações tecnológicas, os quais começam a ser regulados mundo afora e têm um ponto em comum: são bem mais arriscados que as aplicações tradicionais. Veja, a seguir, os principais investimentos.

MOEDAS VIRTUAISExistem mais de 1 300 tipos de moeda virtual sendo negociados no mundo. As principais são o bitcoin, o  ether e o litecoin. É possível comprar essas moedas por meio de corretoras, como as brasileiras -FoxBit e Mercado Bitcoin.

Atenção: o preço das moedas virtuais tem sido bastante volátil. Em 15 de setembro, por exemplo, o ether despencou 20% num único dia, depois de a China proibir as ofertas públicas de moedas.

Aplicação mínima: 50 reais.

ICO

Sigla em inglês para oferta inicial de moedas. É um instrumento usado pelas startups para captar recursos com investidores, mas sem abrir o capital nas bolsas. Em vez de lançar ações, vendem moedas virtuais, que dão ao portador o direito de receber “recompensas” no futuro — como participação na empresa ou créditos para comprar seus produtos.

Atenção: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou em novembro um alerta sobre esse investimento. Afirmou que os white papers, prospectos das ofertas de ICOs, são breves, genéricos e não seguem um padrão único, o que aumenta o risco para o investidor.

Aplicação mínima: não há. Alguns ICOs já aceitaram investimentos de 1 dólar. Ainda não foi lançado um ICO no Brasil.

EQUITY CROWDFUNDING

É uma forma de captação de recursos utilizada por novas startups. Por meio de sites especializados, é possível enviar dinheiro a uma dessas empresas e receber uma participação acionária como contrapartida. Os principais sites no Brasil são EqSeed, Broota, StartMeUp e Urbe.me (com foco em imóveis), que realizam uma pré-seleção dos projetos.

Atenção: a CVM regulou esse mercado em junho e estipulou um investimento máximo de 10 000 reais por pessoa por ano. Investidores qualificados, que têm 1 milhão de reais de patrimônio financeiro, podem aplicar 100 000 reais. Se a empresa tiver problemas financeiros ou não conseguir desenvolver o produto que planejou, o investidor poderá perder parte ou tudo que aplicou.

Aplicação mínima: depende do projeto. Em geral, cerca de 3 000 reais. 

SEARCH FUND

É um fundo de investimento cujos gestores captam dinheiro com investidores para comprar pequenas e médias empresas (com faturamento de 30 milhões a 120 milhões de reais). O objetivo é usar os recursos para reestruturar a empresa ou expandir seus negócios — e vendê-la com lucro em alguns anos.

Atenção: o fato de haver gestores especializados reduz o risco do investidor. No entanto, como os fundos investem em apenas uma empresa, se a reestruturação der errado, o investidor poderá perder parte ou tudo que aplicou. Outro risco é o processo demorar demais — em média, leva seis anos.

Aplicação mínima: depende do projeto. Em geral, a partir de 1 milhão de reais. 

P2P LENDING

Modalidade de financiamento em que uma pessoa empresta dinheiro a outra ou a uma microempresa. O investidor é quem tem recursos para emprestar — seu rendimento são os juros do crédito. No Brasil, existem sites especializados em unir as duas pontas, como o Biva e o Nexoos. Os juros e o prazo da operação são definidos pela plataforma com base no perfil de risco do tomador, mas o investidor tem liberdade para decidir quando, quanto e em qual pessoa ou empresa aplicar seu dinheiro.

Atenção: os sites fazem uma análise de crédito, mas quem arca com o risco de inadimplência é o investidor, que, no limite, pode perder tudo o que aplicou.

Aplicação mínima: 5.000 reais.

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