Revista Exame

Como o dono do 'Rock in Rio infantil' quer criar a própria Disney brasileira

A KidzHouse, empresa por trás de festival para crianças, quer ser máquina de licenciamento própria e para terceiros

KidzHouse Festival: personagens de desenho animado, só que fora das telas (KidzHouse Festival/Divulgação)

KidzHouse Festival: personagens de desenho animado, só que fora das telas (KidzHouse Festival/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h00.

No país em que o Homem Aranha e o Capitão América dançam juntos em cima de carretas, o tema de licenciamento é, no mínimo, complexo.

O mercado infantil é marcado por improviso e pirataria, além da forte presença de gigantes americanos como Disney, Nickelodeon e Mattel.

Mas, seguindo os passos de figuras como Mauricio de Sousa, o produtor de eventos Guilherme Alf quer organizar o jogo por meio de propriedade intelectual (PI) e licenciamento — tudo oficial, nada “meia-boca”.

Natural de Caxias do Sul, o gaúcho é o fundador da KidzHouse, metade empresa, metade estúdio infantil e, mais recentemente, dona de um festival apelidado de “Rock in Rio das Crianças”.

Inspirado pelo nascimento da filha, a KidzHouse começou em 2022 para criar universos próprios e acelerar PIs de terceiros para, no médio prazo, fazer dinheiro via licenciamento e merchandise.

Em 2025, deve fechar com faturamento perto dos 5 milhões de reais, um crescimento de 29,8%. “Quero ser um acelerador de propriedade intelectual”, afirma Alf.

No braço de audiovisual, a KidzHouse tem as séries A Turma da Bola, As Princesas de Pijama e Os Agrozinhos, com 20 milhões de visualizações no YouTube. Primeiro nasce a história, depois vêm os produtos e os acordos.

A próxima etapa é a vitrine presencial: o evento KidzHouse. De Gato Galáctico a Galinha Pintadinha, o festival é onde personagens infantis ganham vida e criadores de conteúdo infantil aparecem fora das telas. Foram duas edições até o momento, com 15.000 visitantes cada.

“As crianças têm que brincar, sair de perto das telas, mas que opção estamos dando para eles fazerem isso, né? Foi aí que tive a ideia”, diz Alf.

A estratégia combina marcas, conteúdo e experiência ao vivo, e a curadoria e a operação andam juntas para que a família passe o dia inteiro no festival.

A última edição, no início de outubro, teve ativação de marcas como Nestlé, PepsiCo, Nickelodeon, Polenguinho e Toddy. “É clichê, mas queremos ser a Disney brasileira.”

KidzHouse Festival: personagens de desenho animado, só que fora das telas (KidzHouse Festival/Divulgação)

Acompanhe tudo sobre:1280CriançasDia das Crianças

Mais de Revista Exame

Francesca Monfrinatti e o luxo contemporâneo na moda nacional

Por que os M&As no agro cresceram em 2025 — e devem continuar em alta

Disrupção farma

Brasil terá R$ 88 bilhões em leilões de saneamento até 2026