Revista Exame

Porto Alegre: mercado imobiliário retoma níveis pré-pandemia

Mercado retoma patamares pré-pandemia sem impacto de tendências como o home office devido a características locais

Porto Alegre: depois de uma queda de 50% nas vendas de imóveis em abril de 2020, o volume de negociações voltou a patamares pré-pandemia (Diego Grandi/Alamy//Fotoarena)

Porto Alegre: depois de uma queda de 50% nas vendas de imóveis em abril de 2020, o volume de negociações voltou a patamares pré-pandemia (Diego Grandi/Alamy//Fotoarena)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 19 de agosto de 2021 às 05h53.

Depois de uma queda de 50% nas vendas de imóveis em abril de 2020, o volume de negociações em Porto Alegre voltou a patamares pré-pandemia neste ano. Desde dezembro passado, a média mensal de negociações de novos e usados é de 3.000 unidades, segundo o Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi-RS/Agademi).

“Em janeiro e fevereiro deste ano tivemos uma leve queda nas negociações, o que é esperado no começo do ano. Temos hoje um mercado de compra e venda quase dentro da normalidade. As pessoas se deram conta de que era preciso comprar imóveis”, diz Moacyr Schukster, presidente do Secovi-RS. 

O que não acompanhou a volta das negociações de imóveis na capital gaúcha foi o preço do metro quadrado. Segundo dados do índice FipeZap, o aumento tem ficado abaixo da inflação, com alta de 5,4% em 12 meses até julho (ante 8,99% do IPCA) e o valor médio do metro quadrado em 6.279 reais.

Fábio Tadeu Araújo, sócio-consultor da Brain Inteligência Estratégica, empresa de pesquisa e consultoria no setor, explica que o mercado imobiliário de Porto Alegre é mais estabilizado e, por isso, não há tantas variações de preços no metro quadrado. Atualmente, a capital gaúcha tem 5.880 unidades residenciais disponíveis para venda.

“Comparando com outras cidades similares, como Curitiba, o crescimento demográfico da capital do Rio Grande do Sul é 50% inferior. O dinamismo é menor, e isso dá menos margem para o crescimento em volume do mercado imobiliário”, diz. 

Para Schukster, o teletrabalho possibilitou a mudança das grandes cidades para o interior, mas isso não significou um novo perfil de vendas em Porto Alegre. Para ele, isso ocorreu porque grande parte das pessoas já tinha imóvel em outras regiões ou partiu para a locação. “Neste mês voltaram as aulas e vamos acompanhar se há uma volta à rotina dos consumidores”, diz.

(Arte/Exame)

 

Acompanhe tudo sobre:Home officeImóveisPorto Alegre

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda