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Toscana e Piemonte? Arrisque vinhos de lugares menos conhecidos

Uma boa carta precisa ter rótulos de regiões tradicionais, mas também surpreender com diversidade de localidades, estilos e uvas

 (Catarina Bessell/Exame)

(Catarina Bessell/Exame)

Luís Otávio Álvares Cruz
Luís Otávio Álvares Cruz

Luís Otávio Álvares Cruz é sommelier dos Hotéis Emiliano

Publicado em 25 de maio de 2023 às 06h00.

Última atualização em 25 de maio de 2023 às 08h42.

Quais são os pilares de uma boa carta de vinhos? Conhecer qual é o público que frequenta o lugar, os valores dos pratos e o tipo de gastronomia proposta são alguns dos pontos cruciais para iniciar. Uma carta de vinhos deve sempre buscar diversidade, e isso é possível de várias maneiras. Por exemplo, um restaurante italiano que foca a cozinha tradicional pode ter uma carta apenas com rótulos italianos, porém com diversidade de regiões, estilos e uvas.

Em São Paulo, a carta de vinhos do Hotel Emiliano abrange os principais países viticultores. Ao mesmo tempo que traz uma representação das regiões tradicionais desses países, também faz uma busca por ­áreas que estão tendo um revival. É o caso dos vinhos de Madri, mais precisamente dos entornos da Sierra de Gredos, onde vinhas velhas de garnacha em solos ricos em granito sobreviveram durante muitos anos. A localidade ganhou a atenção da mídia depois que alguns novos projetos começaram a explorar esses vinhedos de altitude onde a garnacha se expressa de maneira impressionante. Fernando Garcia, da Bodega Marañones, é um dos responsáveis pelo rápido sucesso dessa área.

Os bons vinhos brasileiros

Itália, Toscana e Piemonte sempre são valorizados e reconhecidos como as zonas de produção de vinhos finos, mas é possível encontrar grandes rótulos em áreas mais remotas. No sul do país, na Sicília, o Monte Etna passa por um grande momento. Por lá, uma uva autóctone chamada nerello mascalese ganha espaço nas taças de degustadores exigentes, e o próprio Angelo Gaja, produtor referência no país, está com um novo projeto nessa região. Os solos escuros provenientes das lavas do vulcão que secaram dão características únicas a esses vinhos. Vale destacar também o trabalho da dinamarquesa Anne-Louise Mikkelsen, do projeto Tenuta di Aglaea, que faz um ótimo trabalho recuperando videiras centenárias pré-filoxera, com cultivo biodinâmico.

Além da presença de rótulos clássicos, como grandes borgonhas, a ideia da carta do Emiliano Rio é expandir mais o leque de possibilidades do vinho brasileiro. Hoje o estrangeiro que vem visitar a cidade busca conhecer o vinho nacional. Um produtor que se destaca por aqui é o Luís Henrique Zanini, da Era dos Ventos. Seu trabalho de resgate de variedades introduzidas pelos imigrantes italianos e de técnicas ancestrais são a marca desse projeto de autor, que cada vez conquista mais fãs e que harmoniza perfeitamente com a paisagem carioca.  

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