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Guia EXAME do Dinheiro ajuda a ganhar mais, sem drama

Já está nas livrarias o primeiro livro de finanças pessoais de EXAME, com 53 ideias realistas e práticas que ajudam qualquer um a investir melhor

Bolsa brasileira (Germano Luders/Exame)

Bolsa brasileira (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 05h00.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 09h00.

O Guia EXAME do Dinheiro, primeiro livro de finanças pessoais lançado por EXAME, reúne 53 ideias — realistas e práticas — que ajudam a investir melhor, decifrar o mercado imobiliário e planejar a aposentadoria sem neuras. Veja, a seguir, alguns trechos do livro, que já está à venda na Amazon e em outras livrarias.

Capítulo 1: Planejamento

Se você acha que cortar gastos é impossível, saiba que faz parte da maioria. Poucas pessoas acham que gastam demais ou que podem reduzir as despesas. Numa pesquisa feita com brasileiros de 40 a 49 anos pelo centro de pesquisas Oxford Institute of Ageing, ligado à Universidade de Oxford, na Inglaterra, 45% dos entrevistados afirmam que o principal motivo que os impede de guardar dinheiro é o fato de não ganharem o suficiente. Outros 22% dizem que poupar é para quem é rico. Apenas 15% admitem ter dificuldade para controlar os gastos.

Pode ser que ganhar pouco seja realmente o problema. Ou talvez falte prestar mais atenção nos gastos. Consultores financeiros dizem que quem faz isso acaba conseguindo diminuir de 10% a 30% das despesas. Como? Inicialmente, cortando os gastos que corroem o orçamento e geram pouco ou nenhum benefício. Pode ser a anuidade de um cartão de crédito que não é mais usado; a assinatura de um pacote premium da TV a cabo cujos canais raramente são acessados; a mensalidade de um guia para uma vida saudável que não é consultado há meses; as prestações da academia de ginástica que mal é frequentada; e por aí vai. A ideia não é cortar tudo o que não é essencial, mas livrar-se dos desperdícios. “Muitas vezes, é possível manter o padrão de vida gastando menos”, diz Ana Leoni, superintendente de educação e informações técnicas da Anbima, associação que reúne profissionais do mercado de capitais no Brasil. E estudos mostram que os desperdícios são frequentes. Numa pesquisa realizada em 2013 pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 47% dos entrevistados admitiram já ter comprado um produto que nunca chegaram a usar — você leu certo: nunca, nem uma única vez.

É claro que, para economizar, é preciso abrir mão de algumas alegrias. Mas não é preciso cortar tudo de uma vez — nem cortar o que os outros disseram que são gastos inúteis. Os ajustes que duram são os que levam em conta o perfil e os gostos de cada um.

Capítulo 2: Investimentos

“O que tem de bom hoje?” Muitos investidores fazem essa pergunta ao gerente do banco ou ao consultor financeiro para decidir em que aplicar. Parecem esperar ouvir como resposta algo assim: “Olha, eu não disse isso para ninguém, mas, só para você, vou mostrar qual investimento vai ter o melhor retorno nos próximos seis meses”. Se algo semelhante acontecer, saiba que você está sendo enrolado — o mais provável é que você esteja sendo induzido a investir no que é melhor para o gerente. Não apenas porque ninguém sabe o que vai render mais nos próximos meses mas também porque o melhor investimento para você depende de seu perfil e de seus objetivos.

O primeiro passo para fazer boas escolhas no mundo dos investimentos é definir como o dinheiro que está sendo guardado será usado. Nos últimos anos, surgiram alternativas de investimento — o que é ótimo, desde que você entenda como elas funcionam e saiba, de fato, aproveitar as oportunidades. Como disse uma vez o investidor húngaro George Soros, gestor de um dos fundos multimercado mais rentáveis do mundo: “Se você está se divertindo ao investir, provavelmente não está ganhando dinheiro. Investir direito é um processo chato”.

Quando os juros estavam acima de 15% no Brasil, era possível ter um rendimento razoável, superior à inflação, sendo conservador. Com juros mais baixos, não correr riscos pode se tornar um problema. “Quem não estiver disposto a arriscar terá de poupar mais para atingir seus objetivos”, afirma Lauro Araújo, consultor financeiro.

É claro que arriscar simplesmente não garante rendimentos maiores. Quem comprou ações da Petrobras ou de outra petroleira, a OGX, que o diga! Os papéis da Petrobras eram negociados por 15 reais em novembro de 2017, longe do patamar de cerca de 40 reais atingido em 2008. As ações da OGX, que integrava o grupo do empresário Eike Batista, chegaram a valer mais de 2 000 reais na bolsa. Em novembro de 2017, depois que a empresa saiu da recuperação judicial, custavam menos de 4 reais. Para ganhar dinheiro correndo mais riscos no mercado financeiro, é preciso realizar uma análise crítica dos investimentos disponíveis e fazer escolhas com inteligência. Também é importante conhecer seu perfil como investidor para descobrir quais riscos você é capaz de aguentar.

Giuliana: “Não pergunte ‘o que tem de bom hoje’ ao gerente do banco” | Germano Lüders

Capítulo 3: Imóveis

Se você quer investir em imóveis, e não comprar para morar, deve considerar alguns aspectos antes de entrar nesse mercado. Vender um imóvel pode levar meses — às vezes, anos —, então é importante ter um horizonte de longo prazo ao investir. Pelo mesmo motivo, não é recomendável aplicar em imóveis todo o dinheiro que você tem — se precisar de recursos rapidamente, provavelmente terá de dar desconto para conseguir vender. Os assessores financeiros sugerem investir em imóveis menos de 10% do patrimônio financeiro — ou seja, quem quiser seguir o conselho precisa ter alguns milhões no banco. A alternativa é aplicar em fundos imobiliários — com menos de 5 000 reais, é possível aplicar nesses fundos.

O rendimento dos fundos imobiliários pode variar muito.  É possível se proteger dos altos e baixos diversificando. A maioria dos especialistas recomenda manter aplicações em, no mínimo, cinco fundos de perfis diferentes — alguns voltados para prédios comerciais, outros para shoppings etc. André Bacci, autor do livro Introdução aos Fundos de Investimento Imobiliário, sugere aplicar em 15 fundos “para começar”. “Mesmo bons gestores não conseguem prever todos os movimentos do mercado. Ao diversificar bastante, ainda que alguns fundos tenham um desempenho ruim, é possível conseguir um bom retorno, na média”, afirma Bacci.

Capítulo 4: Aposentadoria

O que parece muito dinheiro hoje pode acabar rapidinho caso seja sua única fonte de renda no futuro. Um milhão de reais é suficiente? Dois? Dez? Mais?

Para saber quanto terá de guardar, tente, primeiro, estimar quais serão seus gastos no futuro. Algumas despesas aumentam com a idade, especialmente as que estão ligadas à saúde — remédios, planos de saúde etc. Mas outras diminuem. Os filhos tornam-se independentes, a casa própria já está quitada. Além disso, não é mais necessário guardar dinheiro, já que você entrou na fase de usar os recursos que economizou.

Em geral, segundo os assessores financeiros, as pessoas são mais econômicas na aposentadoria. O número mágico é 75%: para manter o mesmo estilo de vida que tinham pouco antes de se aposentar, as pessoas gastam aproximadamente 75% do que consumiam quando estavam “na ativa”. Se você ainda está longe de se aposentar, pode ser difícil estimar quanto estará gastando quando envelhecer. Nesse caso, observe a situação de seus pais, conhecidos ou parentes próximos. Veja como vivem, tente calcular quanto gastam (se eles mesmos não disserem) e faça uma previsão.

Suponha que você tenha feito as contas e concluído que precisará de uma renda de 8 000 reais por mês — fora o que receberá do governo. Para calcular quanto precisará economizar para ter essa renda, é necessário estimar a rentabilidade de seus investimentos no futuro.

Como os juros no Brasil ficaram em torno de 15% ao ano durante vários anos, muitos brasileiros se acostumaram a estimar o rendimento de suas aplicações em 1% ao mês (o que equivale a cerca de 13% ao ano). É melhor esquecer esse número. Primeiro, porque é preciso fazer uma projeção em termos reais, ou seja, descontada a inflação, para manter o poder de compra de seus recursos. Além disso, é possível que os juros sejam mais baixos no futuro — na dúvida, vale a pena ser conservador e prever retornos menores.

Os especialistas recomendam prever retornos reais de 3% a 5% ao ano. Parece pouco, mas não é: de 2008 a setembro de 2017, o rendimento real do CDI ficou em 4,5% ao ano, em média, e o investidor que tivesse colocado seu dinheiro numa aplicação atrelada ao CDI ainda teria de descontar os impostos e as taxas. Quem arriscar poderá obter retornos maiores, mas o risco de perdas também é maior. 

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