Revista Exame

Como a Fibria reduziu acidentes na maior fábrica de celulose

Como a Fibria venceu o desafio de reduzir a quantidade de acidentes na obra da maior fábrica de celulose do mundo

Obra da fábrica da Fibria, em Mato Grosso do Sul: desafio para o Cade  (Fibria/Divulgação)

Obra da fábrica da Fibria, em Mato Grosso do Sul: desafio para o Cade (Fibria/Divulgação)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 15 de junho de 2017 às 05h55.

Última atualização em 15 de junho de 2017 às 05h55.

São Paulo – Os executivos da Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, preparam-se para inaugurar uma fábrica em setembro. Localizada em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, será a maior do mundo no setor. A unidade terá capacidade para produzir 1,9 milhão de toneladas de celulose por ano. Um dos temas que receberam mais atenção desde o início do planejamento foi a segurança dos mais de 8.000 funcionários, entre próprios e terceirizados de cerca de 300 empresas que trabalham na obra.

Durante dois anos e meio, um time multidisciplinar com centenas de profissionais planejou o projeto de execução, visitou operações semelhantes fora do país e recrutou fornecedores. A experiência de outra fábrica do grupo erguida no mesmo terreno, entre 2007 e 2009, também foi levada em conta. Desde o início da obra, em maio de 2015, os contratados já passaram por 1,3 milhão de horas de treinamento.

Relatórios constantes sinalizam as melhorias necessárias em cada área. Resultado: o índice de acidentes caiu pela metade na obra em relação à fábrica construída anteriormente no mesmo local. “A gestão da segurança virou parte da rotina, e não apenas burocracia”, diz Júlio Cunha, diretor de engenharia e projetos da Fibria. Veja os principais aspectos desse planejamento.

Preparação prévia

Durante dois anos e meio antes do início das obras, uma equipe multidisciplinar com cerca de 350 funcionários planejou a construção para evitar surpresas. O grupo definiu, por exemplo, o uso de
itens pré-moldados por terceiros para não atrasar processos e reduzir o acúmulo de funcionários no mesmo espaço. Tudo isso contribuiu para a diminuição de acidentes.

Inspeção rotineira

Uma vez por semana os gerentes das empresas terceirizadas e de cada área da obra fazem juntos uma caminhada de 2 horas pela fábrica, na qual observam o que está errado em cada setor. Após as visitas, produzem relatórios técnicos que apontam ajustes necessários e os divulgam a todos que participam da inspeção.

Investigação da causa

Após a ocorrência de cada um dos 11 acidentes com afastamento, que impediram algum funcionário de exercer seu trabalho, engenheiros e técnicos de segurança entrevistaram o acidentado e os envolvidos na área. O documento com detalhes do ocorrido foi reportado aos executivos da Fibria e aos fornecedores, a fim de evitar que algo semelhante se repetisse.

Punição ou recompensa

A Fibria pode organizar a área de uma empresa terceirizada que não cumpriu o padrão exigido e descontar o custo. A medida nunca foi necessária. Por outro lado, quando as metas são atingidas,
o fato é comemorado. A cada milhão de horas-homens-trabalhadas sem acidentes com afastamento são sorteados para os funcionários prêmios como smartphones.

Resultado:

A Fibria conseguiu reduzir à metade a quantidade de acidentes por milhão de horas trabalhadas. A média de uma fábrica semelhante na Finlândia é de 17 acidentes. Nos Estados Unidos, de sete acidentes.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-trabalhoFibriaPapel e CeluloseTerceirização

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon