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A costura criativa como o hobby de Dilma Campos, fundadora da Nossa Praia

Inspirada pela costura, Dilma Campos, fundadora da ESG tech Nossa Praia, tem ideias e estratégias que aplica na empresa

Em ação: na pandemia, a antiga sala de TV foi transformada em ateliê (Leandro Fonseca /Exame)

Em ação: na pandemia, a antiga sala de TV foi transformada em ateliê (Leandro Fonseca /Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h00.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 09h33.

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A costura sempre esteve presente na vida de Dilma Campos, fundadora da ESG tech Nossa Praia e CSO da holding B&Partners.co. A lembrança vem de sua avó paterna, que trabalhava em um ateliê e fazia acabamentos em vestidos de festa. “Minha avó era costureira e, quando precisávamos ajustar algo, minha mãe logo dizia: ‘Vai lá na vovó que ela faz pra vocês’”, diz. O contato com trabalhos manuais sempre foi natural para Dilma, que desde pequena teve aulas de artesanato, como pintura em porcelana e papel machê. Mas foi apenas anos depois, já adulta e em meio à rotina intensa do empreendedorismo, que ela encontrou na costura uma forma de relaxar e espairecer.

A prática começou há cerca de 13 anos, quando Dilma se viu precisando de um momento de descanso mental. “Eu estava sempre trabalhando e não conseguia ter um lugar de pausa. Então comecei a buscar algo que fosse só meu”, conta. Ao encontrar um curso de costura criativa, decidiu se inscrever. “Era do zero mesmo. No primeiro dia, foi um choque: ‘Isso aqui é uma máquina de costura. Muito prazer’”, brinca. A experiência trouxe de volta as lembranças da avó e rapidamente se tornou uma atividade prazerosa.

Sem o compromisso de confeccionar roupas, Dilma se dedicou a peças utilitárias, como aventais, jogos americanos e nécessaires. “A costura criativa tem um pouco de tudo, mas sem a obrigação de seguir moldes complexos. Para mim, virou um refúgio”, diz.

O ateliê caseiro de Dilma foi organizado na pandemia, quando ela transformou a antiga sala de TV em um espaço para costurar. De lá para cá, a atividade virou parte de sua rotina, ainda que esporádica. No fim do ano, a produção se intensifica para presentear amigos e familiares. “No último Natal, fiz 47 aventais”, conta. Para ela, dar algo feito a mão tem um significado especial. “Acho muito bacana presentear com algo que eu fiz, porque tem carinho, dedicação e minha história ali.”

Apesar de ser apenas um hobby, a costura influencia diretamente sua rotina de trabalho. “É um momento de espaçar o pensamento, limpar a mente e deixar a criatividade fluir”, diz. Dilma percebe que, depois de um tempo costurando, encontra novas soluções para desafios do dia a dia. “Às vezes, estou travada em um planejamento e, depois de costurar, a resposta simplesmente aparece.”

O perfeccionismo, característica marcante em sua atuação profissional, também se manifesta na costura. “Se a costura sair 3 milímetros fora, eu desmancho e refaço. Mas estou aprendendo a lidar com isso. Na costura criativa, nem tudo precisa ser exato.”

A relação entre criatividade e estratégia também aparece no trabalho de Dilma à frente da Nossa Praia, empresa que busca tornar a comunicação sobre sustentabilidade mais acessível. “Muitas vezes, ESG parece um conceito distante para as pessoas. Nosso papel é transformar esse tema em algo real e prático”, explica. A startup desenvolve soluções para empresas que querem integrar a responsabilidade ambiental e social ao seu dia a dia, evitando o greenwashing, a prática de sustentabilidade apenas como discurso.

Para Dilma, a costura e sua atuação na Nossa Praia compartilham um princípio comum: a busca por soluções inovadoras e acessíveis. “Assim como na costura, onde eu preciso encontrar o jeito certo de encaixar um tecido, no trabalho também buscamos formas de conectar as empresas com práticas sustentáveis que realmente fazem a diferença.”

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