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Treino, foco e persistência: a rotina de Cristina Palmaka na corrida

Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, não sabe quantos quilômetros foram deixados para trás entre maratonas e provas de rua — mas já planeja quantos tem pela frente

Cristina Palmaka, no Ibirapuera: treino em dia de semana “no quintal de casa” (Leandro Fonseca/Exame)

Cristina Palmaka, no Ibirapuera: treino em dia de semana “no quintal de casa” (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 05h52.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 17h21.

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Em média são 40 quilômetros percorridos por semana, isso quando não treina para maratonas. Na pandemia, porém, os treinos de corrida e as competições de Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, foram alterados. Sem poder viajar, a executiva concluiu uma prova da África do Sul remotamente, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Recebeu a camiseta da prova em casa, imprimiu o número, ligou o GPS e percorreu 21 quilômetros em volta do parque.

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A disposição de sua casa também foi modificada no período. A varanda do apartamento foi transformada em home office e local para treinos, com uma esteira alugada pelo marido. “No começo achei um exagero, pensei que ficaríamos duas semanas em casa. No final ficamos quase cinco meses. Com o parque fechado, consegui praticar um pouco de atividade física com o equipamento”, conta. Hoje ela aproveita a reabertura do Ibirapuera, a 1 quilômetro de distância de seu apartamento, para os treinos matutinos.

Porém, a corrida nem sempre esteve presente na rotina da executiva. “Eu sempre achei corrida muito boring, não tinha um objetivo, você não ganha ou perde, como em um jogo”, conta. Foi por intermédio do marido, que praticava o esporte e frequentava aulas de esteira em uma academia, que a curiosidade pela atividade surgiu. Com o incentivo de um dos treinadores da academia, Palmaka começou a tomar gosto pelo esporte, principalmente com os convites para participar de provas de rua. “Isso foi em 2000. Eu nunca tinha escutado sobre circuitos de rua além da São Silvestre”, conta. A primeira prova de que participou tinha um percurso de 8 quilômetros pelo centro histórico de São Paulo. Com seis meses de treino, a executiva ainda não conseguia correr a distância completa. “Corri 4 e andei 4 quilômetros. Meu marido conseguia, mas me acompanhou”, lembra.

Palmaka sempre teve o lado esportivo em sua vida de executiva. Na adolescência, praticou basquete, vôlei e futebol com os dois irmãos. Mas sentia que a corrida requeria uma preparação física maior. “Achava estranho acordar no domingo de manhã, já acordo cedo todos os dias. Aos sábados precisava ser mais regrada na alimentação.”

Para além do dia a dia, a corrida também acompanha o casal em viagens, que muitas vezes são pautadas pelo esporte. “Além de ser uma forma bacana de conhecer as cidades, é um esporte que nos une.” Nos mais de 20 anos de viagens atreladas ao esporte, um dos destinos foi a Cidade do Cabo. “Talvez não fôssemos para lá só a passeio, mas como tínhamos a prova ficamos mais três dias para conhecer a cidade, que é linda e tem ótimas vinícolas perto”, conta.

Tratando-se de vinho e corrida, um destino que está na lista da executiva é Bordeaux, na França. A maratona de Médoc é famosa por oferecer queijos e vinhos aos corredores. “É uma prova para se divertir, você não vai fazer um bom tempo”, conta, rindo. Dublin é outro destino que o casal deseja conhecer com os tênis nos pés. Assim como o Japão, que entrou na lista do casal e das majors, as maratonas consideradas mais importantes.

Mas foi em Orlando — que por muitos anos foi destino anual de férias do casal e da filha de 15 anos — que Palmaka recebeu o impulso para rea­lizar sua primeira maratona. Após 21 quilômetros da corrida da Disney, sentiu que poderia ir mais adiante e decidiu se preparar para os 42 quilômetros. Sua primeira maratona foi a de Chicago, em 2003. Cruzar pela primeira vez a linha de chegada de um percurso longo trouxe mudanças de perspectivas. “Foi uma emoção do ponto de vista do esporte e do lado pessoal, foi uma troca de foco.”

No cargo de presidente da SAP América Latina e Caribe desde agosto de 2020, depois de presidir a subsidiária brasileira por sete anos, a executiva conta como a corrida influencia a carreira. “O esporte me faz entender que, se você tem um objetivo e se prepara, pode alcançá-lo. Não significa que não é cansativo, e sim que é possível.”

Sob o comando de Palmaka, a SAP foi reconhecida pelo Guia EXAME de Diversidade de 2019 e de 2020 por boas práticas de diversidade e inclusão. “A SAP está em mais de 190 países e sempre tivemos muita autonomia para entender as diferenças culturais”, diz. Na vida pessoal, Palmaka conta com conquistas internacionais. Ela já correu uma ultramaratona de 56 quilômetros, 14 maratonas e dezenas de meias maratonas nos Estados Unidos, na Europa e na África do Sul. Quantos quilômetros foram deixados para trás ela não faz ideia. Mas já planeja os próximos.  

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Palmaka nas pistas 

“Corredores sempre se encontram e se reconhecem, se cumprimentando. Somos uma grande comunidade.” Confira os locais favoritos de treino da executiva

• Parque Ibirapuera, São Paulo - Vou muito ao Ibirapuera, é meu quintal de casa

• Parque Alfredo Volpi, São Paulo - Foi essencial como preparação para a ultramaratona na Cidade do Cabo

• Central Park, Nova York - O parque tem um percurso bacana de subidas e descidas. É sempre mágico correr lá

• Rio Charles, Boston - Adoro correr às margens do rio, perto da cidade e nos arredores da Harvard e do MIT

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