Revista Exame

Liderança de impacto

O Pacto Global da ONU Brasil quer acompanhar as metas ESG das empresas. O CEO, Carlo Pereira, explica o motivo

 Carlo Pereira, CEO do Pacto Global Brasil: é preciso ser ESG de fato  (Divulgação/ Pacto Global/Divulgação)

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global Brasil: é preciso ser ESG de fato (Divulgação/ Pacto Global/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 24 de junho de 2022 às 06h00.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 08h58.

Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU Brasil, é um otimista nato. A urgência dos temas ESG, no entanto, o leva a pressionar as empresas a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas há cinco anos. Segundo ele, o momento é de acelerar as ações.

E é o que o setor empresarial vem fazendo, apesar dos efeitos negativos da pandemia e da guerra na Ucrânia. Pereira falou à EXAME por ocasião do lançamento do Observatório 2030, uma plataforma de dados científicos para fortalecer os compromissos empresariais com os ODS. Confira os principais trechos da entrevista.

O Pacto Global da ONU lançou, em maio, o Observatório 2030, para acompanhar o cumprimento dos ODS pelas empresas. Qual é a importância desse monitoramento?

Estamos entrando num momento anticíclico grande, com inflação em alta, fragilização do tecido social, pobreza aumentando. E agora há a questão dos alimentos, por causa da guerra na Ucrânia, uma grande produtora de grãos. O cenário é de bastante preocupação. Por isso precisamos, cada vez mais, que as empresas assumam compromissos e metas. E muito mais do que metas financeiras, precisamos ter metas em temas como clima, direitos humanos, água, anticorrupção, saúde mental. Ouvimos muito falar de ESG, mas precisamos ser ESG de fato.

O mundo ainda convive com os efeitos da pandemia e, em fevereiro, passou a lidar com uma guerra na Europa. A agenda ESG vai arrefecer?

O discurso não mudou. O que tem sido considerado é a aceleração das agendas. Podemos olhar para o setor de energia. Mesmo com o medo da insegurança energética, não há desaceleração nas renováveis. A Alemanha, por exemplo, deixou de descomissionar as duas últimas plantas nucleares por causa da pandemia; em contrapartida, está acelerando a transição energética.

Como o Brasil se encaixa nesse novo contexto da agenda ESG?
O Brasil, cada dia mais, está virando uma potência energética, muito além da Petrobras e das reservas do pré-sal. O mundo também precisa dos minérios que estão no Brasil. No setor empresarial, diversos líderes estão engajados nessa agenda, e não estariam se o tema não fosse prioridade. Temos potencial absoluto para sermos líderes nessa agenda.

Acompanhe tudo sobre:EntrevistaONU

Mais de Revista Exame

Invasão chinesa: os carros asiáticos que chegarão ao Brasil nos próximos meses

Maiores bancos do Brasil apostam na expansão do crédito para crescer

MM 24: Operadoras de planos de saúde reduzem lucro líquido em 191%

MM 2024: As maiores empresas do Brasil