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Lei pode obrigar bancos a torrar R$ 3 bilhões em São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo quer que 3.240 agências bancárias troquem os detectores de metal das portas giratórias por caríssimos escâneres corporais


	Agência bancária em São Paulo: os vereadores querem trocar detectores de metal por escâneres
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Agência bancária em São Paulo: os vereadores querem trocar detectores de metal por escâneres (.)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 05h56.

São Paulo – Se depender da Câmara Municipal de São Paulo, em breve as 3.240 agências bancárias da cidade deverão trocar os detectores de metal das portas giratórias por escâneres corporais, tecnologia adotada em aeroportos nos Estados Unidos contra ataques terroristas com armas químicas.

Um sistema desse tipo pode custar 900.000 reais e tem efeito similar ao dos atuais detectores de metal para prevenir assaltos a mão armada. A troca, inócua, faria os bancos gastar 3 bilhões de reais na capital paulista. Se fosse adotada na rede de 23.000 agências bancárias Brasil afora, a conta poderia chegar a 20 bilhões de reais.

Essa é apenas uma consequência da sanha legislativa sobre o setor financeiro. Dos 48.000 projetos de lei em tramitação em estados e municípios, 5.500 dizem respeito à atividade bancária, segundo a Febraban, associação dos bancos. Por ano, são 200 novas propostas de lei — uma por dia útil. Alguns textos em vigor mostram a disposição dos legisladores em regular a atividade no detalhe.

Em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, as agências são obrigadas a ter música ambiente. A 527 quilômetros dali, em Novo Hamburgo, pagar uma conta também é uma chance de visitar uma galeria: uma lei municipal obriga a exibição de obras de arte nas dependências das agências bancárias locais.

“Em nome de boas intenções, os legisladores promovem ingerências desnecessárias”, diz Leandro Vilain, diretor de operações da Febraban, que tem 15 especialistas para rastrear novas regras. Pelo visto, trabalho não vai faltar.

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