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Filipe Serrano
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 08h00.
Toda grande empresa tem políticas de férias, de viagens ou de reembolsos de despesas que devem ser seguidas pelos funcionários. Não a Netflix. O gigante do mercado de streaming, que acaba de alcançar a marca inédita de 200 milhões de assinantes no mundo, construiu ao longo de seus 23 anos uma cultura corporativa sem amarras.
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O nível de controle sobre os funcionários é mínimo, e as pessoas têm autonomia para tomar decisões e abertura para criticar decisões de superiores. É o que o presidente e fundador da empresa, Reed Hastings, classifica como um ambiente de “liberdade com responsabilidade” no livro A Regra É Não Ter Regras, escrito com Erin Meyer, professora na escola de negócios Insead, na França, uma das mais renomadas do mundo. Hastings argumenta que a atmosfera de trabalho menos supervisionada permite à empresa ser inovadora.
O estilo de gestão flexível ajuda a atrair os melhores talentos, mantém as pessoas estimuladas e possibilita que elas tomem as melhores decisões para o negócio e tenham novas ideias. Para Hastings, foi assim que a Netflix conseguiu se reinventar várias vezes, deixando de ser um serviço de aluguel de DVDs por correio para se tornar uma das companhias de entretenimento mais valiosas do planeta.
Ao longo do livro, Hastings e Meyer descrevem situações vividas pela Netflix (baseadas em duas centenas de entrevistas com funcionários) que ilustram como o gigante do streaming construiu esse modelo de trabalho. É claro que muitos negócios — ou áreas de empresas — precisam de métodos, processos e supervisão para funcionar.
Basta pensar numa linha de produção. Em outros casos, as lições da Netflix, no mínimo, fazem o leitor refletir sobre como uma empresa pode promover a criatividade e a agilidade para se adaptar às mudanças.
Analisar os impactos da pandemia enquanto ela se desenrola é um desafio. Mas o livro de Scott Galloway, escritor e professor na Universidade de Nova York, aponta alguns caminhos de como a crise sanitária tende a mudar o ambiente de negócios. Ele argumenta que o mundo pós-pandemia verá uma aceleração de transformações que já estavam ocorrendo.
Empresas em ascensão tendem a crescer ainda mais rápido. Já aquelas em situação mais difícil podem ficar para trás. Um exemplo é o da montadora Tesla sobre as marcas de automóveis tradicionais. Além disso, novas oportunidades deverão surgir.
A inteligência artificial (ou IA) está presente em diversas situações do dia a dia, dos resultados de buscas no Google à distribuição de passageiros num avião. No livro Os Nove Titãs da IA, Amy Webb, professora na Universidade de Nova York, analisa as mudanças provocadas pela tecnologia e como nove empresas se tornaram dominantes no segmento (Amazon, Apple, Facebook, Google, IBM, Microsoft e as chinesas Alibaba, Baidu e Tencent).
Embora a inteligência artificial tenha benefícios, Webb tem uma visão crítica e teme que as pessoas percam o controle dos sistemas — um risco subestimado, na visão dela.
Em novo livro, o escritor britânico faz uma reflexão sobre o conceito de jogos finitos (aqueles com regras claras, vencedores e perdedores, e início e fim) e jogos infinitos (com regras que mudam, sem vencedor claro e sem hora para acabar). Para ele, os líderes empresariais que entendem que estão num jogo infinito tendem a criar empresas mais inovadoras e negócios duradouros porque buscam se adaptar.