Turistas no Texas: Estados Unidos recebem 32 milhões de estrangeiros por ano (Brandon Bell/Getty Images)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 06h00.
O endurecimento da fiscalização para a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos, adotado pelo presidente Donald Trump, fez com que muitos turistas desistissem de visitar o país com maior PIB global.
Esse efeito, no entanto, foi menor entre os brasileiros. Enquanto o total de viajantes estrangeiros no país caiu 3% de janeiro a junho deste ano, o volume de turistas do Brasil subiu 5,7% no mesmo período, segundo dados do Departamento de Comércio do país. Os números servem como indicativo de como as ações de Trump repercutem, ou não, no exterior.
A baixa na entrada de turistas foi puxada pelos canadenses, que respondem por cerca de um quarto dos visitantes de terras americanas. Em um ano, houve queda de 17,7%, ou 1,7 milhão de visitas a menos. Trump tem ameaçado anexar o país vizinho, além de impor tarifas de importação, o que gerou uma onda anti-EUA entre os canadenses.
Já a entrada de mexicanos, que responde por outro quarto do total de turistas estrangeiros, subiu 12,5% no mesmo período, e mais 939.000 mexicanos entraram nos EUA legalmente no período. O México também foi alvo de tarifas, mas o clima de negociação entre Trump e a presidente Claudia Sheinbaum foi mais amistoso. Além disso, a economia mexicana se beneficiou do afastamento dos americanos da China. Muitas empresas moveram sua produção da Ásia para o México, e o país se tornou o maior vendedor de produtos aos Estados Unidos.
A alta de brasileiros tem atraído o interesse do setor de turismo dos Estados Unidos, como estratégia para compensar a queda de viajantes de outros destinos.
“O Brasil é um ponto de destaque para Washington, DC, com projeção de alta nas viagens de brasileiros de 5% em 2025”, diz Elliott L. Ferguson, presidente da Destination DC, órgão de turismo que promove a capital americana. Ferguson veio ao Brasil recentemente fazer reuniões com agentes de viagem, que se preparam para vender pacotes em 2026 com os atrativos da Copa do Mundo de Futebol, que terá os EUA como sede, e os 250 anos de Independência do país.