Do lado da oferta, incorporadoras seguraram os lançamentos no começo da pandemia diante das incertezas (Leonardo Yorka/Exame)
Marcelo Sakate
Publicado em 19 de agosto de 2021 às 05h49.
As concessões de crédito imobiliário no Ceará tiveram no primeiro semestre a maior expansão do estado em 27 anos, com um volume de 1,65 bilhão de reais. Foram financiadas 7.914 unidades, ou mais de três vezes o número no mesmo período de 2020. A marca histórica dá a dimensão do momento aquecido do mercado, com reflexos diretos no preço médio do imóvel. As vendas devem chegar a 2,1 bilhões de reais neste ano no estado, com crescimento anual de 10%.
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O preço médio do metro quadrado estava em 6.071 reais em julho em Fortaleza, com alta de 5,40% em 12 meses, segundo o Índice FipeZap. A tendência é que os preços continuem a subir, uma vez que há desequilíbrio entre uma oferta limitada e uma demanda crescente.
“Houve uma corrida para a compra de imóvel na pandemia, com a queda dos juros do crédito habitacional e o desejo do consumidor de se mudar para espaços maiores”, diz Patriolino Dias, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE).
Do lado da oferta, incorporadoras seguraram os lançamentos no começo da pandemia diante das incertezas. Como o ciclo de incorporação é longo e leva de três a quatro anos, a oferta só deve conseguir se ajustar à demanda no médio prazo.
Até lá, os preços devem subir também para recompor as margens das empresas diante do encarecimento de insumos. Ainda assim, a previsão é que as vendas continuem em alta, o que deve levar à redução ainda mais acentuada do estoque, em especial em bairros de média e alta renda da capital, como Aldeota e Meirelles.