Revista Exame

A democratização do vinho através do delivery

O vinho não precisa ficar restrito a ocasiões especiais e pode ser consumido com pipoca assistindo a um filme, em um almoço corriqueiro e no churrasco com amigos

 (Catarina Bessell/Exame)

(Catarina Bessell/Exame)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 20 de abril de 2023 às 06h00.

Considerado uma das bebidas mais conhecidas e requintadas do mundo, o vinho harmoniza com diversos pratos e deixa os momentos mais agradáveis. Em países tradicionalmente produtores (e notadamente na Europa), é tomado de forma mais despretensiosa e simples no dia a dia, fazendo jus à sua origem agrícola, sendo requisitado por lá de forma bastante abrangente e disseminada, sem distinção de classe social. Portugal, por exemplo, é o país que mais consome vinho do planeta, sendo cerca de 50 litros per capita por ano.

No Brasil a história é diferente. Por aqui o vinho é uma bebida percebida como de alta classe, para ocasiões especiais, o que levou à elitização. Sua harmonização com pratos sofisticados e as descrições complicadas só contribuíram para que o seu consumo ficasse restrito a grupos seletos. A comunicação acerca do vinho nos pontos de venda e mídia costuma ser muito focada nos aspectos técnicos e aromas do produto, em lugar de focar as histórias que cada vinho carrega (seu produtor, origem, terroir, anedotas sobre onde foi servido, quem consumiu…). Isso faz com que se torne muitas vezes desinteressante e pouco pertinente para o público geral. Essa comunicação ultrapassada apenas dificulta a jornada de compra e a restringe somente para aqueles que, de fato, entendem da categoria. Isso é comprovado pelo consumo do vinho em território nacional, com uma média bastante tímida de 2,4 litros per capita por ano.

Cabe a nós, profissionais da área, desmistificar o produto, prover acesso e mostrar às pessoas que o vinho é ideal para quaisquer ocasiões e públicos, disponível para todos os gostos e bolsos. Recentemente, a Evino juntou esforços com a Daki, app de mercado 100% digital, para começar a trabalhar nesse projeto de sermos facilitadores dos consumidores na hora de escolher um vinho que mais se adeque ao momento atual, popularizando seu consumo no país e abrangendo seu público. Assim, investimos em descrições acessíveis a qualquer pessoa, possibilitando que mesmo quem não é habituado a comprar vinho consiga ter sucesso ao escolher um por meio da plataforma, poupando horas de pesquisa. Para popularizar a bebida, precisamos ter a consciência de que todos podem ter uma proximidade com o mundo do vinho, derrubando barreiras, tornando-o mais acessível e com uma entrega super-rápida na casa das pessoas.

É necessário que nós provemos que o vinho é uma bebida que pode ser inserida em várias ocasiões, desmistificando e tirando dele essa questão de que ele está num pedestal e reservado somente a celebrações e ocasiões especiais. Ele pode, por exemplo, ser consumido nas mais variadas circunstâncias: com pipoca assistindo a um filme, na piscina, num churrasco com amigos, no final do dia, em um almoço corriqueiro ou numa pizza de domingo.

Por meio do vinho podemos enriquecer os momentos e permitir que nos socializemos mais, tenhamos mais prazer com as refeições e que haja mais ocasiões agradáveis alinhadas aos mais variados contextos. Assim, o mercado precisa tratar a bebida com abordagem diferente, dando a mão ao consumidor na jornada de decisão e de consumo para que ele não se sinta excluído, e sim tenha vontade de fazer parte desse universo maravilhoso que proporciona experiências tão mágicas e únicas.  

(Arte/Exame)

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