Fazenda Colombo: Secretaria de Agricultura estuda a instalação de novos bancos de material genético em parceria com a Fapesp (Fazenda Colombo/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h00.
É em quem produz, consome e aprecia café que o governo de São Paulo aposta para alavancar o setor cafeeiro no estado. Se no passado o estado foi referência em produção e consumo da bebida no Brasil, a meta de longo prazo é retomar esse posto, hoje liderado por Minas Gerais e Espírito Santo, que, juntos, respondem por 80% da produção nacional.
Na área da produção, a Secretaria de Agricultura do estado, em parceria com entidades agrícolas locais, captou 500 milhões de -reais em investimentos privados para desenvolver o Programa -Coffea Canephora SP, cujo objetivo é revitalizar a cafeicultura nas regiões centro-oeste, oeste e noroeste do estado. Além disso, a pasta estuda a instalação de novos bancos de material genético em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “A cafeicultura paulista concilia inovação e tradição, e o papel do estado é induzir o processo produtivo, impulsionando o potencial em novas fronteiras agrícolas”, afirma Guilherme Piai, secretário de Agricultura. Em 2023, o setor cafeeiro foi responsável por 5 bilhões de reais do Valor da Produção Agropecuária (VPA) paulista, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta). O VPA paulista é de 150 bilhões de reais.
No âmbito do turismo, a gestão paulista desenvolve o projeto Rotas do Café, que reúne 57 destinos turísticos ligados ao café em mais de 25 municípios paulistas, criando cinco rotas inéditas, além de destinos cafeeiros independentes. As rotas serão financiadas pela Invest SP, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, liderada por Jorge Lima. Segundo o secretário, a -Invest SP dispõe de mais de 300 milhões de reais em diversas linhas de crédito para apoiar a iniciativa. “Não queremos apenas produzir ou exportar café. Quem consome a bebida geralmente acompanha com algo mais. Isso gera uma rede de empregos e serviços”, afirma Lima.
O objetivo do projeto é fomentar toda a cadeia produtiva do café e criar um ecossistema que envolva desde o produtor até a padaria, passando também por lojas de artesanato. Ao todo, foram cadastradas 154 propriedades rurais de produção de café, sendo 65 fazendas turísticas e 89 fazendas voltadas para negócios. “Quando conseguimos gerar mais renda, aumentamos a capacidade de crescimento do comércio e dos serviços locais. Apostamos nas rotas como alavancas”, diz Lima.