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Queda no preço de imóveis na Flórida traz alertas e oportunidades

Queridinho dos brasileiros, estado americano teve queda de 5% no preço das moradias em 12 meses

Casa à venda na Flórida: estado tem queda de preços após boom na pandemia (Getty Images)

Casa à venda na Flórida: estado tem queda de preços após boom na pandemia (Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h00.

Comprar uma casa na Flórida está mais barato. O preço médio das residências caiu 5% nos últimos 12 meses, segundo dados da Zillow, um dos principais sites de imóveis do país.

A baixa traz duas mensagens. Uma é que adquirir imóveis no estado, que tem cerca de 300.000 moradores de origem brasileira, ficou mais fácil. Ao mesmo tempo, a diminuição de preço pode sinalizar um esfriamento na economia americana. No país todo, os preços dos imóveis andaram de lado no último ano, com alta de 0,2%.

A Flórida teve um boom imobiliário nos últimos anos. Entre 2020 e 2022, o preço médio das residências passou de 256.000 para 392.000 dólares. O estado atraiu muita gente de outras regiões na busca por moradias maiores e mais baratas e pelo trabalho de casa.

“Na pandemia, as pessoas pagaram pelos imóveis mais do que eles valiam por causa da alta demanda. Hoje, o mercado está se ajustando”, diz Lucio Santana, CEO da Real Mortgages, empresa de financiamento imobiliário de Orlando.

Ele considera que o ajuste é necessário, pois agora os imóveis estão com valores mais próximos da realidade, e isso faz com que mais pessoas possam comprar. “Quando o preço sobe muito, muita gente não se qualifica [para financiamento] pela comprovação de renda”, diz. 

As razões para a queda de preços, no entanto, são várias. À medida que as empresas passaram a exigir a volta aos escritórios em outros estados, a Flórida perdeu vantagem. Além disso, a alta da taxa de juro, que o Fed adotou para conter a inflação, dificultou os financiamentos imobiliários.

Para completar o cenário ruim, uma série de fortes furacões atingiu a Flórida nos últimos anos, o que aumentou o preço dos seguros residenciais, e o crescimento da perseguição aos imigrantes tem efeito ainda mais pronunciado em um estado onde cerca de 30% dos moradores têm origem latina, segundo o censo.

O estado, um dos mais visitados pelos brasileiros nos EUA, é afetado ao mesmo tempo por várias das principais questões do país, que batem cada vez mais à porta de quem mora ou quer investir lá.


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