Thiago Picolo, da Hortifruti: oportunidade na pandemia; estratégia é abrir lojas exclusivas para delivery e acelerar expansão (Germano Lüders/Exame Hoje)
Carolina Ingizza
Publicado em 18 de junho de 2020 às 05h14.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 12h39.
O delivery de alimentos entrou na rotina dos brasileiros com a pandemia do novo coronavírus. Até mesmo o segmento de frutas, legumes e verduras, considerado o mais desafiador para as empresas de e-commerce, viu as vendas crescer 240% durante a crise, segundo a consultoria Compre e Confie. Aproveitando sua experiência, a rede Hortifruti Natural da Terra, que tem mais de 60 lojas na Região Sudeste, acelerou os investimentos em tecnologia e já colhe os resultados: um crescimento de 1.000% na operação de delivery nas primeiras oito semanas de isolamento social.
A companhia, fundada há 30 anos no Espírito Santo, é controlada desde 2017 pelo suíço Part-ners Group. Os primeiros passos em direção à digitalização foram dados no final de 2019, quando a rede fechou parcerias com os aplicativos de entrega Rappi e Supermercado Now. Com o aumento da demanda por causa da pandemia, a Hortifruti assumiu as entregas. De seus 7.000 funcionários, cerca de 1.000 foram alocados no delivery. Os pedidos chegam por WhatsApp, e a entrega é feita por transportadoras. O tempo médio de entrega caiu para menos de 24 horas e o canal digital, que representava 2% das vendas antes da crise, passou a responder por uma fatia de 20% a 25%. “Temos duas grandes vantagens: fornecedores exclusivos e o fato de nossos funcionários saberem escolher exatamente o que o cliente pede”, diz Thiago Picolo, presidente da Hortifruti.
A estratégia deu tão certo que a empresa decidiu apostar em dark stores, lojas exclusivas para delivery. Com custo de operação mais baixo, elas permitem atender melhor regiões com alta demanda e entrar em novos bairros. Por enquanto, há duas em operação — uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. “Se funcionar, a ideia é expandir rápido”, diz Picolo.