Marino e Camila Colpo: irmãos que comandam a Boa Safra investiram 100% dos recursos do IPO e do follow-on na empresa (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 17 de setembro de 2024 às 21h07.
Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 15h34.
Enquanto diversas empresas abriram o capital em 2021 e frustraram o mercado com desempenhos ruins, a Boa Safra, líder na produção de sementes de soja no país, construiu uma trajetória de resultados consistentes enquanto companhia listada. Entre os feitos realizados, a sementeira dobrou sua capacidade de produção, expandiu para novas regiões, entrou na produção de sementes de milho e tem diversificado o portfólio para outras commodities agrícolas.
“Um grande mérito da empresa e do conselho de administração foi decidir pela boa alocação dos recursos. Tanto no IPO quanto no follow-on, o dinheiro foi 100% alocado no negócio. Antes do IPO, nós tínhamos três fábricas, e vamos encerrar 2024 com 14 unidades”, afirmou o CEO da empresa, Marino Colpo. Em 2023, a sementeira registrou um lucro líquido ajustado de 344 milhões de reais, alta de 45% na comparação com 2022.
A diversificação de produtos também é uma estratégia em curso. Marino afirma que a produção de trigo no Centro-Oeste brasileiro e de sorgo no Nordeste para a produção de etanol serão novas fronteiras do desenvolvimento da agricultura nacional. “Se o mercado de soja levou 30 anos para se desenvolver, e o de milho, outros 15 anos, os de trigo e sorgo devem se consolidar em cinco anos”, diz.
Outra preocupação da companhia tem sido aumentar a diversidade e a presença de mulheres no quadro de funcionários, afirma Camila Colpo, presidente do conselho de administração. “Desde o IPO, nós temos um incremento de 600% na participação de mulheres na companhia, em diversos setores, inclusive em cargos de liderança”, diz.