Revista Exame

Depois de desfazer sociedade, C4 Gym se reinventa e mira mercado de franquias

Os sócios da academia C4 Gym, de São Paulo, recomeçaram do zero após uma sociedade desfeita. Agora escolhem a dedo os futuros franqueados

Cesar Bertolo, Thiago Lourenço, Cezar Miquelof e Celso Bertolo (da esq. para a dir.), da C4 Gym: expansão por franquias (Bruno Bros/Divulgação)

Cesar Bertolo, Thiago Lourenço, Cezar Miquelof e Celso Bertolo (da esq. para a dir.), da C4 Gym: expansão por franquias (Bruno Bros/Divulgação)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 22 de julho de 2022 às 06h00.

Uma das principais lições ensinadas em cursos de gestão de empresas é ter cuidado na hora de escolher um sócio. A falta de alinhamento dos interesses, ou mesmo um estilo diferente de encarar o trabalho, pode colocar tudo a perder — até mesmo um bom modelo de negócios.

Os empreendedores paulistanos Cesar Bertolo e Cezar Miquelof entenderam o recado a duras penas. Os dois são sócios-fundadores da C4 Gym, uma rede de academias com quatro unidades e planos de expansão por meio de franquias para os próximos anos.

A pegada por ali é retomar a tradição das academias de bairro, em que os funcionários conhecem os alunos pelo nome, mas com equipamentos de ginástica de ponta, dignos das grandes redes do setor.

Por trás do clima amistoso idealizado pela C4 Gym está uma trajetória de turbulência. Bertolo e Miquelof abriram a primeira unidade da academia em 2017, logo depois de desfazerem uma sociedade com outras pessoas numa rede de academias que, na época, faturava 200.000 reais por mês e tinha 2.800 alunos. Com a separação, a dupla ficou com uma das duas unidades do negócio anterior. O acordo acabou sendo ruim para ambos. “Abrimos mão de muita coisa, como equipamentos”, diz Bertolo. No início, a gestão do caixa foi complicada. Os sócios recorreram a empréstimos pessoais e adiantamentos de cartão de crédito para recompor a infraestrutura da academia. No total, a dívida chegou a 500.000 reais. “Tivemos de ter muita resiliência para continuar, mesmo sem dinheiro”, diz.

A virada começou em 2019. Os investimentos fizeram a academia faturar quase 1 milhão de reais, um recorde. Em 2020, mesmo com a pandemia, os sócios aportaram mais 700.000 reais na aquisição de outra unidade na zona leste de São Paulo. Um contato próximo aos clientes no meio da quarentena, com aulas à distância, levou a C4 Gym a expandir a receita em 50% na fase mais brutal da covid-19.

De lá para cá, outros dois sócios entraram na C4 Gym: Celso Bertolo, irmão de Cesar, e Thiago Lourenço, gestor com experiência no dia a dia de franquias ligadas a bem-estar. “Escolhemos a dedo, na tentativa de evitar dissabores de novo”, diz Cesar Bertolo. A chegada de Lourenço trouxe investimentos numa nova identidade visual e em reformas para padronizar as duas unidades. “Depois de termos arrumado a casa, agora queremos expandir nossa filosofia e nosso método de trabalho com o apoio de franqueados”, diz.

Em agosto, os sócios preparam a abertura de uma terceira unidade. Até o fim do ano, a expectativa é dobrar o número de academias e faturar 8 milhões de reais, quase três vezes acima do patamar de 2021.

Acompanhe tudo sobre:academiasEmpreendedoresEmpreendedorismoEmpresasEmpresas brasileirasFranquias

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda