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Este tênis é a última excentricidade do Vale do Silício

O calçado é feito de lã merino. E não é que é confortável?

Calçado da marca brasileira Yuool: vendas em alta e meta agressiva | Divulgação (Divulgação/Divulgação)

Calçado da marca brasileira Yuool: vendas em alta e meta agressiva | Divulgação (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 06h27.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2019 às 00h54.

Os empreendedores do Vale do Silício adoram um estilo casual, um visual que os diferencie dos sisudos senhores da velha economia e dê a impressão de que gastam o tempo com coisas mais importantes do que roupas. Moletons com capuz e camisetas cinza fazem parte desse guarda-roupa. Nos pés, já houve o tempo do New Balance e do Crocs. Agora é a vez do Allbirds, um tênis felpudo de linhas minimalistas. Lançado em 2016 por empresários da Nova Zelândia, é feito de lã merino, uma fibra natural de uma raça específica de ovinos. A vantagem, segundo os adeptos, é que o tecido funciona como um isolante térmico, que aquece no inverno e ventila no verão, absorve o suor e minimiza o odor.

De olho nesse mercado, Eduardo Glitz, Pedro Englert, Marcelo Maisonnave e Mateus Schaumloffel investiram 4 milhões de reais para criar, em 2018, a Yuool, sigla para young (“jovem”), urban (“urbano”) e wool (“lã”), a versão brasileira do Allbirds. A meta era vender no primeiro ano 1.900 pares. A marca ultrapassou 7.400.

Os quatro sócios trabalharam na XP. Depois de deixarem a gestora de investimento, por questões contratuais, não poderiam investir no setor financeiro. Partiram para uma temporada sabática. “O Marcelo foi morar na Califórnia, o Pedro passou uma temporada no Vale do Silício e eu visitei 42 países em 407 dias. Fomos ver o que estava rolando no mundo e curtir a vida”, afirma Glitz. Em 2016 começaram a escolher em que investir. Hoje, têm cinco fintechs, a empresa de educação continuada StartSe e a Yuool.

O tecido nobre vem da Itália, onde a marca já iniciou uma operação de venda. Para chegar a um bom preço final, mesmo com um material nobre, os empreendedores optaram pela verticalização. Eles produzem as peças em Estância Velha (RS), onde fica a sede da empresa, e vendem pela internet. “Dessa forma tiramos do caminho os intermediários”, diz Glitz. “Nosso próximo passo será marcar presença nos Estados Unidos e na China. Também colocamos como meta vender 30. 000 pares neste ano, entre Brasil e Itália.”

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