Revista Exame

Esse filhote da Telefônica vai longe

Braço da Telefônica que distribui conteúdos digitais, a TDATA desponta como o negócio mais rentável do grupo espanhol — e do setor

Eduardo Navarro, presidente da Telefônica: cerca de 600 startups estão no radar para receber o apoio da empresa (Germano Lüders/Exame)

Eduardo Navarro, presidente da Telefônica: cerca de 600 startups estão no radar para receber o apoio da empresa (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h14.

Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 22h58.

Telefônica Data, ou TData, é uma empresa criada pela espanhola Telefônica em 2011 para atender a uma exigência da legislação brasileira.  As operadoras de telecomunicações eram impedidas de vender linhas telefônicas e conteúdo ao mesmo tempo. De lá para cá, o negócio ganhou musculatura. A TData tem hoje 1.215 empregados, mas é como se não tivesse nenhum. “Quem trabalha na empresa nem diz que é da TData. Somos todos Vivo”, diz Eduar-do Navarro, presidente da Telefônica (mais conhecida como Vivo) e, por tabela, também da TData. “Eu não durmo e acordo pensando na TData. Penso em todas as operações da Vivo, mas tenho uma equipe exclusiva muito competente que pensa todos os passos da TData o tempo inteiro”, afirma Navarro.

A julgar pelos números, a equipe da TData tem mesmo feito um bom trabalho. No ano passado, o filhote da Telefônica faturou quase 1,2 bilhão de dólares, um crescimento de 51% em relação ao ano anterior, e teve um lucro de 385 milhões de dólares. Com esse resultado, o retorno proporcionado foi de 55% sobre o patrimônio — de longe, a melhor rentabilidade do setor (a empresa-mãe teve um retorno de 6%). Com isso, o braço da Telefônica despontou como a melhor empresa de telecomunicações pelo segundo ano consecutivo.

Criada para cuidar de toda a distribuição de conteúdo por aplicativos mobile e serviços digitais do grupo, a TData deve continuar a crescer até o dia em que será plenamente incorporada com o nome Vivo, algo que deve ocorrer naturalmente nos próximos anos, segundo seu presidente. Hoje, a TData já tira proveito da força da marca da empresa-mãe. A operadora vende os serviços prestados pela TData e coloca neles a assinatura Vivo.

Enquanto não acontece a incorporação, o objetivo da TData é ampliar a oferta de serviços de valor adicionado e tornar-se a empresa com maior presença na internet no Brasil. Dentro dessa meta, comprou no meio do ano passado a Terra Networks Brasil, que mantém o Portal Terra, por 250 milhões de reais. Além disso, estabeleceu parcerias para o lançamento da plataforma digital Go Read, um serviço por assinatura que permite o acesso a todas as revistas do acervo da Editora Abril, incluindo EXAME.

A TData concentra também as receitas de serviços digitais, um dos motores do crescimento da Vivo.  A empresa oferece apps nas mais diversas áreas, como entretenimento, saúde, educação e esporte. Alguns exemplos são o Vivo Meditação, aplicativo que já teve quase 900 000 -downloads desde o lançamento, em junho do ano passado; o Vivo Educa, que oferece uma grande variedade de cursos, como culinária, carreira e finanças pessoais; o Games4U, que oferece mais de 300 jogos para baixar e jogar online; e o Vivo Bem, criado para ampliar o acesso da população a serviços de saúde privada. “Buscamos aplicativos fáceis de entender e fáceis de vender, e que também ajudem a fortalecer a cidadania”, afirma Navarro.

As iniciativas da Telefônica na área digital têm fomentado o ambiente de empreendedorismo. “Como incubadora de negócios, já temos cerca de 600 startups sob o nosso olhar”, diz Navarro. Segundo ele, quem tem uma boa ideia e está numa startup tem boa chance de desenvolver um negócio em parceria com a TData e ganhar o apoio da Vivo. “Estamos sempre procurando novas ideias para apoiar, pois queremos ser líderes em internet das coisas”, diz Navarro. “Pelo nosso histórico de ser a empresa que mais conecta pessoas, buscamos também cada vez mais conectar pessoas com coisas e, depois, coisas com coisas.” Com cada vez mais serviço, o filhote não para de crescer.

Acompanhe tudo sobre:Melhores e MaioresTelecomunicaçõesTelefônicaVivo

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda