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MM 2025: Seguradoras ganham fôlego em mercado de alto potencial

Setor avança com despertar dos brasileiros para a importância dos seguros

Bradesco Seguros Participações: a receita da companhia saltou de 106,62 bilhões de reais em 2023 para 121,09 bilhões de reais em 2024, avanço de quase 14%. (Omar Paixão/Exame)

Bradesco Seguros Participações: a receita da companhia saltou de 106,62 bilhões de reais em 2023 para 121,09 bilhões de reais em 2024, avanço de quase 14%. (Omar Paixão/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.

O setor de seguros no Brasil vive um ciclo de expansão contínua, mas ainda distante do seu potencial. “Comparando o mercado brasileiro ao americano ou mesmo ao de países latinos, como o Chile, fica claro que ainda há muito espaço para crescer”, afirma Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro.

Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o mercado fechou 2024 com alta de 12,2%, arrecadando 751,3 bilhões de reais. As indenizações pagas somaram mais de 504 bilhões de reais, um avanço de 7,8% em relação ao ano anterior.

Para Barros, a principal força por trás desse crescimento é a mudança cultural. “O brasileiro não tinha o hábito de contratar seguros, mas isso mudou. De 2023 para 2024, já vimos uma melhora e acredito que 2025 será ainda mais positivo. O setor está amadurecendo”, afirma.

Alguns eventos recentes funcionaram como pontos de virada. A pandemia de covid-19 ampliou a percepção de risco, e os desastres naturais — como as enchentes no Rio Grande do Sul — reforçaram a busca por proteção. “Fenômenos dessa natureza acabam impulsionando o setor, porque as pessoas passam a ter medo de perder tudo. Torcemos para que ninguém precise usar o seguro, mas só a contratação já gera movimento positivo”, observa o reitor.

Esse amadurecimento se reflete também nas maiores empresas. As 62 companhias listadas no Ranking EXAME MELHORES E MAIORES 2025 arrecadaram, juntas, 474,75 bilhões de reais em 2024, ante a 431,18 bilhões de reais em 2023, uma alta de 10%. O lucro líquido cresceu em menor ritmo, mas ainda assim foi significativo: houve avanço de cerca de 4%, para 49,93 bilhões de reais.

Entre os destaques está a Bradesco Seguros Participações. A receita da companhia saltou de 106,62 bilhões de reais em 2023 para 121,09 bilhões de reais em 2024, avanço de quase 14%. O lucro líquido, de 7,6 bilhões de reais, manteve-se estável. “A empresa sempre esteve entre as cinco maiores do setor, com crescimento sólido e acima da média do mercado”, diz Barros.

Com players consolidados e forte capacidade de investimento, as seguradoras devem sustentar o ritmo de expansão. “Temos companhias bem posicionadas, o que facilita bastante a evolução do setor”, resume o reitor do Ibmec. A meta da CNseg é ambiciosa: elevar a participação do seguro no produto interno bruto de 6,2% para 10% até 2030.

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