Revista Exame

Como este empreendedor gerencia dois negócios ao mesmo tempo

O empreendedor serial Jae Ho Lee, do Grupo Ornatus, lançou dois negócios nos últimos meses. Como dar conta? Treinando pessoas

Lee, do Grupo Ornatus: dia off no meio da semana para desopilar a mente (Leandro Fonseca/Exame)

Lee, do Grupo Ornatus: dia off no meio da semana para desopilar a mente (Leandro Fonseca/Exame)

LB

Leo Branco

Publicado em 14 de abril de 2022 às 05h22.

Última atualização em 14 de abril de 2022 às 21h39.

O empreendedor Jae Ho Lee é daqueles acostumados a enxergar oportunidades de negócios por onde passa e a tirar do papel essas ideias. Por isso, está à frente de um bocado de empresas — e tem algumas lições sobre como gerir a agenda.

Fundador do Grupo Ornatus, rede de franquias dona das marcas de bijuterias Morana, Balonè, com mais de 350 unidades e faturamento de 190 milhões de reais só considerando a marca Morana, Lee também teve um dedo na concepção da Jin Jin, fast-food de comida asiática cujo controle passou ao grupo Halipar, de Griletto e Montana, em 2016. (Hoje Lee faz parte do conselho de ­administração da Halipar). 

Agora Lee anuncia duas novas empreitadas. Uma delas é o Little Tokyo, um restaurante de comida asiática ao estilo “fast casual”, típico de metrópoles como Londres ou Tóquio. Numa rua movimentada de Pinheiros, bairro nobre da capital paulista, o cliente escolhe os pratos num aplicativo com cardápio em QR Code, paga pelo próprio app e espera o garçom trazer o pedido. “A ideia é ter um menu assinado por chefs­ badalados a um preço justo e com muita praticidade”, diz Lee.

Aberto no início de 2022, o Little Tokyo deve ganhar mais unidades nos próximos meses. O foco é encontrar pontos comerciais em ruas movimentadas de áreas com mix de residências e escritórios. Por ora, expandir o restaurante por franquias não está nos planos. 

Em outra frente, Lee aposta no mercado da hospitalidade. Ao ver a escalada de gastos com uma casa de praia dele em Ilhabela, para onde ia apenas duas vezes ao ano, ele decidiu alugar o espaço no Airbnb. “Vi que não tinha tempo nem energia para atender os requisitos para ser um anfitrião de destaque na plataforma”, diz ele. “Em vez de lamentar, vi aí um negócio.” Daí surgiu a bnbguests, uma empresa de gestão de casas de luxo listadas no Airbnb que, também, treina profissionais interessados em virar concierges de hóspedes endinheirados. 

Atualmente, a bnbguests tem mais de 100 propriedades listadas em Ilhabela, Riviera de São Lourenço, praias badaladas do litoral paulista, além de Campos do Jordão, destino tradicional de inverno. Em 2021, o negócio faturou 1,5 milhão de reais em comissões pagas por donos de imóveis que, como Lee, visitam esporadicamente as propriedades e têm interesse numa renda extra. Com a demanda já mapeada, Lee projeta uma receita de 28 milhões de reais em dois anos, além de 1.900 propriedades listadas. Lee está em busca de sócios para aportar 10 milhões de reais no negócio.

Em meio a tanta coisa rolando nos negócios, Lee ultimamente tem dedicado tempo para hobbies como passeios de iate. Volta e meia ele tira um dia off no meio da semana para desopilar a mente nos mares do litoral norte de São Paulo. O segredo de Lee para fazer render o tempo está numa busca quase incessante por processos capazes de serem seguidos por todos os envolvidos nos negócios dele. “Com tudo descrito em detalhes, e pactuado com os times, meu trabalho é treinar todo mundo e delegar grande parte das tarefas do dia a dia”, diz Lee. “Assim como diversos outros empreendedores que conseguem dedicar atenção a muitas coisas ao mesmo tempo, meu trabalho principal é o de formar pessoas.”  

Acompanhe tudo sobre:comida-e-bebidaEmpreendedoresEmpreendedorismoRevista EXAME PME

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda