Revista Exame

Energia

Engie Brasil, Raízen e EDP são destaques na categoria Energia no Melhores do ESG 2023

Eduardo Sattamini, CEO da Engie Brasil Energia: “A estratégia é se tornar uma geradora 100% renovável” (Leandro Fonseca/Exame)

Eduardo Sattamini, CEO da Engie Brasil Energia: “A estratégia é se tornar uma geradora 100% renovável” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Engie Brasil

Deixar as fontes poluentes para usar exclusivamente a energia limpa tem sido uma jornada longa para a Engie Brasil Energia. Globalmente, o grupo começou esse movimento há oito anos. Por aqui, o passo mais recente foi dado com a venda da usina termelétrica Pampa Sul — a última do portfólio da companhia que utilizava carvão —, anunciada em setembro do ano passado e concluída em junho. 

“A venda da Pampa Sul marca a consolidação da estratégia da Engie Brasil Energia de se tornar uma geradora 100% renovável”, comemora Eduardo Sattamini, presidente da empresa. 

Apesar de atuar em um setor que dá sinais de exposição aos efeitos das mudanças climáticas — com períodos longos de estiagem e outros com excesso de chuvas —, Sattamini acredita que o Brasil traz uma grande vantagem competitiva por causa de seu sistema hídrico. “Ele é muito robusto, o que permite à transição energética ser mais estável do que em outros países”, justifica o executivo. 

Além da atenção com a estratégia ambiental, conta Sattamini, a Engie tem se mantido atenta à governança nos negócios. A empresa conta com um comitê de relações que é chamado sempre que é necessário avaliar possíveis conflitos. 

A governança interna, garante o executivo, também é sólida graças a barreiras de controle e ao trabalho de comitês que avaliam a companhia de forma transversal. Aspectos éticos, de gestão de pessoas, são remetidos ao conselho para avaliação. “Não descuidamos de nada. Temos equipes atentas às melhores práticas e que as trazem para dentro da companhia”, explica o presidente. 

Esse conjunto de iniciativas — transição energética para fontes limpas e preocupação com a governança — tem motivado os funcionários. Tanto que a pesquisa anual de clima, divulgada recentemente, apontou um índice de engajamento na empresa de 93%. 

Sattamini acredita que o resultado da pesquisa de clima tenha a ver com o processo de renovação do quadro de funcionários, que vem acontecendo desde 1998, ano da privatização da empresa. Tratar de temas como energia renovável, emissões de poluentes, ética e transparência nos negócios, segundo o executivo, torna a empresa atraente para as gerações mais novas e, ao mesmo tempo, traz o desafio da retenção de talentos. 

Apesar dos atrativos, ainda há desafios. Por exemplo, aumentar o número de mulheres no quadro de funcionários. Na parte administrativa já há um equilíbrio entre homens e mulheres. 

Em áreas mais técnicas, no entanto, ainda é difícil contar com mulheres. A empresa tem oferecido programas afirmativos, como o que formou operadoras de usinas. Outra iniciativa mirou a contratação de engenheiras. A empresa ainda estuda como aumentar a diversidade racial. “Esse é um tema que ainda estamos amadurecendo, mas que também queremos enfrentar”, completa Sattamini.

Paula Pacheco


Raízen

Para a Raízen, companhia do setor de energia, as discussões sobre segurança alimentar e energética têm se tornado mais comuns. De acordo com Paula Kovarsky, vice-presidente de estratégia e sustentabilidade da Raízen, a cana-de-açúcar é extremamente eficaz para a conversão de energia solar em energia renovável e, por esse motivo, tem um potencial muito relevante no desafio global de descarbonização. Pensando nisso, a companhia conta com compromissos voluntários de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), tornando os produtos bastante competitivos. “Atualmente, nossas soluções renováveis provêm ao mercado a média de 70 bilhões de megajoules (MJ) de energia limpa por ano, demonstrando o alto índice de descarbonização por meio de nossos produtos”, observa Kovarsky. Ainda sobre metas, a empresa assumiu o compromisso de reduzir 10% da intensidade de carbono na queima dos produtos. No ano passado, a Raízen construiu cinco plantas de etanol de segunda geração (E2G), que é produzido com resíduos da própria moagem da cana, para atender a um contrato com a Shell, o que permitiu à companhia expandir a carteira de contratos para o equivalente a 4,3 bilhões de litros de E2G. Hoje, a empresa conta com cerca de 3 bilhões de reais em financiamentos atrelados a metas sustentáveis.

Fernanda Bastos


EDP

A EDP Brasil, empresa do ramo de energia, busca ter um crescimento sustentável, de forma a reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) na produção energética. Pensando assim, o grupo assumiu — desde 2015 — a responsabilidade de trabalhar metas dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A EDP mantém compromissos com o Pacto Global da ONU no Brasil. Em 2022, algumas metas levando em consideração a Ambição 2030, que propõe ações para a descarbonização das produções globalmente, foram definidas, entre elas aumentar o número de funcionários (alinhada com o ODS 5), ampliar a potência solar instalada (pensando no ODS 7), elevar a eficiência energética para o cliente, ter neutralidade de carbono nas instalações administrativas da empresa (pensando no ODS 9) — além de investir nas comunidades locais (ODS 11), manter a taxa média de valorização de resíduos e eliminar os componentes plásticos de utilização única (metas alinhadas com o ODS 12). A empresa ainda soma algumas premiações e reconhecimentos, como o Dow Jones Sustainability Index, em 2019, o Índice de Carbono Eficiente da B3 e o Prêmio Aneel de Qualidade, ambos em 2021.

Fernanda Bastos 

Acompanhe tudo sobre:Revista EXAME

Mais de Revista Exame

"Somos uma marca alemã, isso define quem somos", diz CEO da Rimowa

Elas já estão entre nós

Forte captação em crédito reduz potencial de retorno e desafia gestoras em busca por ativos

Desafios e oportunidades