Um retrato do Brasil que ousa: Andréa Basso, sócia da In Vitro (à esq.); Luiz Seabra, fundador da Natura; Marco Stefanini, fundador da Stefanini; Laércio Cosentino, fundador da Totvs (sentado no chão); Ulisses Sabará, fundador da Beraca; Avelino Costa, fundador da Pif Paf; Luiza Helena Trajano, sócia do Magazine Luiza (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 17h55.
A acalorada discussão em torno da agressão sofrida pelo candidato tucano, José Serra — afinal, foi uma bolinha de papel ou um rolo de fita crepe que atingiu sua cabeça? —, dá o tom da profundidade do debate desta última corrida à Presidência da República. Serra e sua oponente, Dilma Rousseff, gastaram seu tempo — e o dos eleitores brasileiros — com tudo, menos com questões que deverão ser a prioridade de quem ocupar o Palácio do Planalto a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Nas raras vezes em que falaram sobre economia, os candidatos fizeram promessas vagas de que haverá mais emprego, mais renda e menos desigualdade porque o Estado vai se encarregar disso, como se o governo fosse o supremo agente do desenvolvimento, e as empresas, meras coadjuvantes sem importância.
Pior. Ambos trataram a iniciativa privada com certo constrangimento, como se falar na sua contribuição à economia fosse algo condenável. O mais perto que se chegou de discussões nesse campo foi o bate-boca estéril em torno da privatização, algo que, sem explicação racional, tornou-se uma coisa ruim. No que se refere às empresas propriamente ditas, só uma, entre 4 milhões registradas oficialmente no país, foi mencionada — em excesso, aliás — na pregação dos candidatos: a Petrobras. Nenhuma palavra foi dita sobre as demais, em especial sobre as companhias privadas. Os candidatos ignoraram que essas pequenas, médias e grandes empresas empregam 33 milhões de brasileiros, quatro vezes o que emprega o setor público, incluindo as estatais. Ignoraram que elas geram 2 de cada 3 reais de riqueza produzida no Brasil.
Ignoraram que elas pagam dois terços do total de salários no país. Ignoraram que são a maior fonte com que um país pode contar para criar mais renda, empregos e desenvolver-se. Nada foi falado sobre o que o próximo presidente poderia — e deveria — fazer para melhorar o ambiente de negócios no país e estimular o setor privado a crescer e acelerar o desenvolvimento. “Uma coisa é clara: quanto mais empreendedor for um país, melhor será seu desempenho em termos de crescimento sustentável e geração de empregos”, diz David Audretsch, do Instituto para Estratégias de Desenvolvimento da Universidade de Indiana e uma das maiores autoridades mundiais no tema do empreendedorismo. “Quanto antes o Brasil aprender essa lição, melhor.”
Lamentavelmente, os candidatos perderam uma fabulosa oportunidade de levar essa mensagem aos quase 140 milhões de eleitores. O Brasil sai das eleições mais pobre do que entrou, pelo menos no terreno das ideias. Na maior parte do mundo, está patente que as empresas e os empreendedores são a força motriz da economia. Desde 2004, mais de 1 000 reformas foram feitas para incentivar a atividade empresarial em países emergentes. Em abril, o presidente americano, Barack Obama, promoveu um encontro para discutir como incentivar o empreendedorismo não apenas nos Estados Unidos — maior economia global, duramente castigada pela crise deflagrada em 2008 — mas no mundo. A pessoa escolhida por Obama para se dedicar ao tema foi a secretária de Estado, Hillary Clinton, segunda pessoa na hierarquia de poder da Casa Branca.
Por entender a importância das empresas para o desenvolvimento, EXAME apresentou nas últimas edições uma série de reportagens com sugestões — colhidas perante dezenas de especialistas — para aprimorar o ambiente de negócios no Brasil e fortalecer a economia. São propostas simples para aliviar velhos e conhecidos entraves, como o excesso e a complexidade dos tributos, a legislação trabalhista esclerosada, as deficiências na formação da mão de obra e a carência de regras claras em muitos setores. Por que falar disso num momento em que o Brasil registra seu maior crescimento em mais de duas décadas? Pela constatação óbvia de que essa bem-vinda expansão acontece a despeito — e não graças — do ambiente que cerca nossas empresas. A grande questão a ser respondida é qual seria o potencial do país se a livre competição fosse vista como o caminho mais seguro e rápido para gerar empregos, inovar, baixar e controlar preços. O que estamos desperdiçando, como país, devido à falta de visão, de coragem e de vontade de abrir caminho para o espírito empreendedor?
Talvez o melhor que poderia ser feito agora fosse a retirada de uma série de obstáculos que o próprio governo impõe aos negócios. Eles vão desde agências reguladoras aparelhadas e movidas por ideologias até uma das estruturas tributárias mais incompreensíveis do planeta e que suga quase 40% do PIB sem que isso signifique uma vida melhor para os cidadãos. “A julgar pelas dificuldades que existem para abrir e manter uma empresa, o Estado se comporta como se fosse oponente da livre iniciativa”, diz Fernando Alves, presidente da consultoria PricewaterhouseCoopers.
“Os investidores chegam aqui entusiasmados com o mercado, mas se assustam com a burocracia descomunal, a mão de obra despreparada e o sistema tributário que cobra impostos sobre tudo: a folha de pagamentos, a produção, a operação financeira, a renda, a circulação de mercadorias.” Quem se deparou recentemente com essa realidade foi o empresário David Neeleman, fundador da JetBlue nos Estados Unidos e da brasileira Azul Linhas Aéreas. Ao desembarcar para montar seu negócio no Brasil, em 2008, Neeleman espantou-se com os tributos, as regras da jornada de trabalho, o sistema de pagamento das horas extras, a infraestrutura caótica dos aeroportos e, principalmente, a falta de lógica das leis.
“O Brasil precisa de agilidade, e as leis criam uma burocracia que torna tudo lento”, diz Neeleman. Ele critica, por exemplo, o fato de suspeitas de corrupção paralisarem obras, como ocorreu há pouco no aeroporto de Vitória, no Espírito Santo. “O melhor seria tocar a reforma e a investigação paralelamente, como ocorre nos Estados Unidos.” Na avaliação de Gabriel Rico, presidente da Câmara Americana de Comércio, esse choque explica o fato de o Brasil ser aclamado como novo celeiro de oportunidades, mas ainda receber um volume de investimento produtivo menor que outros emergentes.
“O Brasil atraiu no ano passado 25 bilhões de dólares em investimento direto, enquanto a Índia, um país com estrutura social hermética, centenas de dialetos e conflitos religiosos e de fronteira que podem levar à morte, recebeu quase 35 bilhões”, diz Rico. “O que os estrangeiros fizeram foi comparar o ambiente de negócios.” A carga tributária brasileira é da ordem de 35%, enquanto a da Índia não chega a 19%. Aqui a taxa de poupança é de 15% do produto interno bruto, lá vai a quase 34%. A taxa de investimento interno no Brasil equivale a pouco mais de 18% do PIB. A da Índia chega a 40%.
Parte do descaso do Estado brasileiro em relação às empresas tem origem cultural. Desde os tempos coloniais, empreender no Brasil é algo associado à exploração do próximo. “Sucesso empresarial no Brasil é ofensa pessoal”, diz Tarqüinio Teles, fundador da Hoplon Infotainment, um bem-sucedido caso de empreendedor digital. Ao mesmo tempo, há um culto velado ao Estado como grande provedor de bem-estar, segurança e crescimento econômico. Na escola, as crianças aprendem cedo como o presidente Getúlio Vargas gerou desenvolvimento ao defender que o petróleo era nosso e criar a Petrobras, e como foi esperto ao negociar com os americanos a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em troca da participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Não há uma única linha nos livros didáticos para explicar a trajetória quase heróica de gente como Leon Feffer.
Imigrante ucraniano pobre, ele começou a vida no Brasil vendendo envelopes na porta dos Correios e lutou para criar um fábrica de papel que, pelas mãos de seus descendentes, se transformou no grupo Suzano, conglomerado que fatura 2,6 bilhões de dólares e emprega 4 500 pessoas. “Os primeiros empresários brasileiros foram pioneiros sem os quais o Brasil não teria dado seu primeiro grande salto à frente”, diz o economista Jacques Marcovitch, ex-reitor da Universidade de São Paulo e autor da trilogia Pioneiros e Empreendedores, que narra a trajetória de 24 fundadores de empresas, como Valentim Diniz, do Pão de Açúcar, José Ermírio de Moraes, da Votorantim, Attilio Fontana, da Sadia, e Johannes Gerdau, da Gerdau.
Aptidão para o risco
Apesar de todos os fatores contrários, o Brasil tem um enorme potencial empreendedor, reforçado por um dos mercados internos mais pujantes da atualidade. Um estudo recente divulgado pela Global Entrepreneurship Monitor, um dos maiores projetos internacionais de pesquisa sobre o empreendedorismo, mostra que os brasileiros têm uma grande capacidade individual para correr riscos, habilidade inerente aos empreendedores de sucesso. De acordo com o relatório, 68% dos brasileiros estariam dispostos a abrir uma empresa mesmo sabendo que a chance de fracassar é bem maior que a de obter sucesso. Esta reportagem traz dez exemplos de grandes, médias e pequenas empresas que cresceram a despeito de toda sorte de obstáculos. São casos de superação, como o do Magazine Luiza, que emergiu do interior de São Paulo para se tornar a terceira maior rede de lojas de eletrodomésticos e móveis do país, e o da Pif Paf, a maior fabricante de alimentos de Minas Gerais, fundada por um imigrante português.
O crescimento delas e de uma geração inteira de negócios verde-amarelos é uma mostra do fabuloso potencial econômico do país. “Eu vi 17 moedas, 16 ministros da Fazenda, vários cortes de zeros e um confisco da poupança”, diz Luiza Helena. “Posso dizer que o Brasil aprendeu a trabalhar com as crises.” Os relatos dos empresários ouvidos aqui sugerem também quanto poderíamos avançar se o ambiente fosse menos hostil a quem faz negócios. “Desde os anos 90, grande parte das empresas brasileiras moderniza-se, investe na gestão por resultados, e algumas chegam a exportar a cultura de gestão do Brasil para os mercados externos em que atuam”, diz Erik Caramano, presidente do Movimento Brasil Competitivo. “Mas é preciso que o governo também faça a sua parte, porque a maioria das empresas já fez a lição de casa.”
Hoje há controvérsias sobre o que seria exatamente “o governo fazer a sua parte”. No mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, optou-se por um incremento do papel do Estado na economia por meio do que foi chamado de “defesa de grandes grupos nacionais”. Estatais, fundos de pensão e especialmente o BNDES tornaram-se sócios de empresas privadas, ora em operações de socorro, ora para contribuir na internacionalização de grupos nacionais.
Esse padrão de atuação do Estado pode ser um prêmio à má gestão. “Há uma espécie de seleção natural no mundo dos negócios em que empresas ruins quebram para que as boas prosperem”, diz Armando Castelar Pinheiro, coordenador de Economia Aplicada da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro. “Contrariar essa lógica é o mesmo que deixar que ervas daninhas tomem o lugar das flores no jardim de casa.” A política de formação dos “campeões nacionais” é sob medida para os eleitos. Mas não transforma porque não estimula o que há de mais sagrado numa economia de mercado — a concorrência justa, que faz com que empresas que partem de bases semelhantes se diferenciem pela competência. Sem privilégios. Sem favores.
Pelo modelo atual, o dinheiro que sobra em alguns setores anda em falta em outros. Um exemplo de quem passa dificuldade vem das faculdades de informática. O Brasil conta hoje com uma nova geração de estudantes e recém-formados da área de tecnologia com gana e criatividade para criar softwares, em especial videogames, um mercado que movimenta mais de 20 bilhões de dólares por ano só nos Estados Unidos. Esse talento pode ser medido pelo desempenho dos jovens brasileiros na Imagine Cup, espécie de copa cerebral realizada anualmente pela Microsoft para estimular os estudantes de todo o planeta a desenvolver projetos na área de tecnologia. Os brasileiros são destaque desde a criação da competição, em 2003.
Nos últimos cinco anos, o país foi recordista em número de projetos inscritos. Em 2006, Bill Gates, intrigado com sucessivas vitórias de brasileiros, chegou a encomendar uma apresentação à subsidiária local da empresa para entender por que jovens de um país sem tradição em tecnologia estavam superando asiáticos e europeus. “O brasileiro é criativo e tem habilidade para trabalhar em equipe, duas qualidades essenciais para promover a inovação”, diz Paulo Iudicibus, diretor de novas tecnologias e inovação da Microsoft. “Mas não tem capital e estrutura para levar adiante um projeto.”
Os especialistas são unânimes em afirmar que o caminho do desenvolvimento no século 21, a era do conhecimento, está em apoiar quem se dedica a criar novos produtos capazes de competir globalmente. “Hoje o mundo está cheio de países com práticas inovadoras sofisticadas”, diz o guru americano John Kao, consultor chamado de Senhor Inovação pela revista The Economist. “Historicamente, o Brasil se valeu de um grande mercado interno para desenvolver seu parque industrial, mas de agora em diante precisa ter uma participação mais ativa no ecossistema de inovação global.” Grandes empresas são capazes de gerar inovação, mas muitas mudanças emergem de negócios menores, mais ágeis e arrojados.
Empresas gazelas
“O governo brasileiro deveria prestar o máximo de atenção a um tipo de empresa que chamamos de ‘gazela’ ”, diz Julia Rosen, vice-presidente do programa de inovação e empreendedorismo da Universidade do Estado do Arizona. De acordo com a Fundação Kauffmann, entidade americana dedicada ao empreendedorismo e à inovação, esses negócios têm de três a cinco anos
de idade, capacidade de criar tecnologias revolucionárias, oferecem alto potencial de crescimento e contam com lideranças incrivelmente ambiciosas. Por isso, são considerados elemento crucial para uma estratégia nacional de inovação. No passado, Apple e Google foram empresas gazelas. “Elas compõem menos de 1% das empresas americanas”, diz Julia. “Mas geram 10% dos novos empregos.” Outros emergentes já entenderam a fórmula.
A China segue como a fábrica do mundo ancorada na mão de obra barata, mas, ao mesmo tempo, realiza investimentos em novas tecnologias. A Índia, além de concentrar esforços em serviços de tecnologia da informação, investe nos setores automotivo e farmacêutico. Um exemplo de ação do Estado em benefício do desenvolvimento vem da Coreia. No final dos anos 50, o país estava arrasado pela guerra. Cerca de 40% do parque industrial havia sido destruído pelos norte-coreanos. Como faz o BNDES hoje no Brasil, o governo sul-coreano há 60 anos concentrava a maior parte dos investimentos em grandes conglomerados industriais. A situação começou a mudar no início dos anos 70, quando o presidente Park Chung-Hee promoveu uma reforma política conhecida como Yushin, ou reforma revitalizadora. Entre as medidas adotadas estavam a privatização (palavra maldita na campanha eleitoral brasileira), o investimento maciço em educação e a abertura da economia à concorrência internacional.
As novas regras incentivaram a diversificação da produção e impulsionaram as pequenas e médias empresas. O efeito foi avassalador. Entre 1972 e 1976, o PIB da Coreia do Sul cresceu acima de 10% ao ano. Numa segunda fase, o governo passou a dar prioridade a pesquisa e desenvolvimento, elevando os investimentos em novas tecnologias de 0,6% do PIB, em 1980, para 3%, em 2001. Com isso, o país entrou em setores mais sofisticados, como os de eletroeletrônicos, telecomunicações, petroquímica e tecnologia digital. A participação das pequenas e médias empresas na geração de empregos na indústria passou de 20%, nos primeiros anos pós-reforma, para quase 70%, no início dos anos 2000. O impacto sobre a geração de riqueza e o bem-estar da população pode ser medido pelo salto no PIB per capita. Nos anos 50, antes das reformas, era de 876 dólares, menos de 10% do registrado nos Estados Unidos. Hoje, passa de 17 000 dólares, o equivalente a um terço do americano.
Uma possível agenda de fortalecimento do ambiente de negócios no Brasil não pressupõe apenas a adoção de critérios mais modernos para decidir o destino de investimentos públicos. Além de aperfeiçoar o sistema tributário, as relações de trabalho e a estrutura do ensino (temas tratados em edições anteriores de EXAME), um Estado que enxergue a iniciativa privada como aliada, e não como inimiga, deve acima de tudo exercer o papel essencial de regulador. Leis claras são a base de qualquer economia saudável e, infelizmente, o Brasil vive hoje num cipoal de regras não raro contraditórias entre si. “Não é exagero dizer que você dorme com uma lei e acorda com outra”, diz José Carlos Costa Pinto, sócio da consultoria Ernst&Young.
Um dos setores que se ressentem de deficiências nessa área é o de infraestrutura. “As dificuldades na infraestrutura decorrem da falta de uma legislação adequada que defina governança, alçadas de decisão e mecanismos de controle para os investimentos”, diz Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Em muitos setores, o papel das agências reguladoras e dos órgãos de licenciamento não está bem definido. Como exemplo, Lisboa cita o caso de bacias hidrográficas. “Quem regula a construção de uma hidrelétrica, quais decisões estão na alçada das agências e qual o papel de cada uma das instâncias de controle?”, pergunta ele. “Todas essas questões estão precariamente definidas.” Se essa equação for bem solucionada, o que hoje é problema pode virar solução. “Da forma como está, a infraestrutura pode parar o país. Mas temos aí uma enorme oportunidade para as empresas do setor”, diz Rubens Menin, presidente da construtora MRV, uma das maiores do país, com faturamento de 535 milhões de dólares em 2009.
Quem acompanha o trabalho das empresas e sua convivência complicada com o Estado diz que a confiança no potencial do país dificilmente será abalada pelo próximo presidente. O que está em jogo é menos o risco de uma crise de curto prazo e mais a qualidade do crescimento que teremos a partir de agora. Vamos construir um país com empresas fortes, mas que floresçam por seus méritos? Um país em que o Estado finalmente cumpra seus papéis clássicos — segurança, educação, saúde, regulação —, abrindo espaço para que o setor privado atue nas demais áreas? Vamos trabalhar por uma cultura de valorização ao papel do empreendedor na construção do nosso país? Ou vamos perseverar nos velhos estereótipos do capitalista vilão e do Estado protetor? São decisões a serem tomadas por todos — e sobre as quais, lamentavelmente, nossos líderes políticos parecem não ter muito o que dizer.