Deivison Pedroza, presidente da Verde Ghaia: educação ambiental e criação de uma startup para gestão de resíduos | Marcus Desimoni/Nitro /
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 05h26.
Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 13h34.
Buscar voluntários dentro da companhia para acompanhar iniciativas de impacto ambiental e social. Essa tem sido a estratégia da consultoria mineira Verde Ghaia, especializada na assessoria e no monitoramento de conformidade legal, desde a área de gestão ambiental até a de qualidade e de segurança no trabalho. “Criamos frentes de atuação que hoje são coordenadas por tutores internos”, afirma Deivison Pedroza, fundador e presidente da companhia, com sede em Belo Horizonte. Um exemplo é o Instituto Oksigeno, uma Oscip mantida pela empresa com o objetivo de promover a educação ambiental nas escolas públicas.
Atualmente, o instituto atende 40 escolas, em dez municípios de cinco estados, com a capacitação de 800 professores, 1.000 livros distribuídos, atingindo 12.000 alunos. O esforço é multiplicado com o patrocínio de outras empresas, que podem adotar uma ou mais escolas ao lado da Oksigeno. A mesma lógica de procurar tutores dentro de casa alimenta outras iniciativas, como campanhas de coleta seletiva de lixo e arrecadação de calçados para crianças.
Além de projetos sem fins lucrativos, a companhia vem criando braços com impacto positivo que viram novas linhas de negócios. É o caso da startup VG Resíduos,- plataforma online para auxiliar empresas que não sabem o que fazer com os resíduos gerados no processo produtivo, criada em 2016. O sistema online permite a gestão das sobras de produção de qualquer tipo, como papel, metal e entulho, da geração à destinação final correta, do ponto de vista legal e ambiental. A empresa já é responsável pela gestão de mais de 4.000 toneladas de resíduos por mês.
Engenheiro mecânico e advogado, o empreendedor Deivison Pedroza criou a consultoria Verde Ghaia em 1999. Atualmente, a companhia tem operações em oito países — e uma base de 2.000 clientes, que somam 36.000 usuários de seus softwares de monitoramento no Brasil e na América Latina. Pedroza fez o negócio crescer a partir do desenvolvimento do primeiro sistema online para monitoramento de requisitos legais do Brasil.
Hoje, a plataforma é usada na gestão, no conhecimento dos riscos e na priorização de ações em processos como o de auditorias milionárias para due diligence ambiental. A plataforma identifica a legislação pertinente em um banco de dados com mais de 110.000 itens e ajuda o cliente a interpretá-la por meio de inteligência artificial, auxiliando no cumprimento das regras. “Em média, o Brasil produz 1 000 leis por mês, entre portarias, deliberações e atualizações”, afirma Pedroza. “Para estar em dia é necessária a atualização constante.”
Atenta às mudanças no mercado de trabalho, a consultoria EY criou uma série de cursos e materiais para aumentar a empregabilidade de funcionários, ex-funcionários, familiares e público externo | Maíra Teixeira
Com o propósito de aplicar a expertise interna além dos muros da companhia, o escritório brasileiro da consultoria americana EY decidiu apoiar os familiares de funcionários que perderam o emprego com turmas de coaching e capacitação. “Percebemos que podíamos dar um horizonte melhor aos familiares desempregados de nossos funcionários”, diz Luiz Sérgio Vieira, presidente da EY no Brasil. O curso, batizado de Realize, qualifica os participantes a desenvolver estratégias empresariais capazes de auxiliar na administração de novos negócios, otimizar processos, reduzir custos, gerir pessoas e melhorar resultados de maneira sustentável e inovadora. Dentro do programa, 28 familiares desempregados se beneficiaram, dos quais 20 conseguiram emprego.
Empregabilidade é também o foco de outro programa da EY. Lançado em 2017, o EY Connect quer mostrar que trabalhar na consultoria pode ser uma experiência para a vida toda — mesmo que o funcionário deixe a empresa, qualquer que seja o motivo, como demissão ou aposentadoria. Segundo a consultoria, no Brasil predomina a cultura de que, quando um empregado sai de uma empresa, ele precisa romper os laços com a empregadora definitivamente. A EY busca um padrão diferente. Daí a criação do EY Connect, que nada mais é do que um programa de relacionamento para conectar os atuais e ex-funcionários. Um levantamento feito pelo LinkedIn mostra que cerca de 10 000 profissionais cadastrados já passaram pela EY. No primeiro ano de programa, 12 pessoas que deixaram de trabalhar na EY se recolocaram no mercado com a ajuda dessa rede de relacionamentos.
Pensar sobre o futuro do emprego tem ocupado boa parte do planejamento da EY. “Nos Estados Unidos, já começam a usar o jargão useless [trabalhador desnecessário] no lugar de jobless [desempregado]”, diz Vieira. Atenta a essa questão, a EY criou uma série de cursos e materiais voltados para os públicos interno e externo. O curso online Let’s Talk Digital, sobre novas tecnologias e serviços, mobilizou os 5.000 funcionários. Para os clientes, a EY criou serviços com novas tecnologias e métodos. Só em 2017 foram mais de 127.000 horas de projetos de automação de processos (robótica), inteligência artificial e internet das coisas. “Temos um leque de serviços integrados às tecnologias para nossos clientes, parceiros e funcionários”, diz Vieira. “Nosso trabalho busca mudar a lógica e preparar as pessoas para o desafio de serem substituídas, por exemplo, pela inteligência artificial, mas sendo integradas a novas funções que surgem com a revolução.”