Revista Exame

As maquininhas da Cielo brilharam de novo em 2016

Embora associada às transações financeiras, a companhia tem como lema ser “muito mais do que uma maquininha”. Talvez por isso tenha despontado, pela 11ª vez

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h00.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 05h00.

Maior processa­dora de cartões do Brasil, a Cielo terminou 2016 com 1,9 milhão de maquininhas sendo digitadas freneticamente, realizando 6,7 bilhões de transações e movimentando quase 585 bilhões de reais no ano.

Embora seja associada às transações financeiras digitais, a companhia tem como lema ser “muito mais do que uma maquininha”. Talvez por isso tenha despontado — pela 11a vez consecutiva — como a melhor empresa do setor de serviços.

“Nosso maior objetivo é conservar a inquietude com a inovação para manter nossos clientes competitivos”, afirma Eduardo Gouveia, presidente da Cielo. Hoje, apesar do acirramento da concorrência no setor, a companhia segue líder: 14% do consumo das famílias brasileiras passa  por suas máquinas. Em termos práticos, isso se traduziu no ano passado numa receita de 2,3 bilhões de dólares e num lucro de 1,1 bilhão de dólares, gerando um retorno de 36% sobre o patrimônio líquido.

Eduardo Gouveia, presidente da Cielo: as maquininhas da empresa movimentaram 585 bilhões de reais em 2016 | Leandro Fonseca/EXAME

Mas os bons resultados colhidos em 2016 não diminuíram os desafios deste ano. Gouveia enumera os quatro principais. O primeiro é aumentar a proximidade com o cliente e personalizar a relação, criando cada vez mais produtos. O segundo é perseguir, obsessivamente, a eficiência operacional. O terceiro é buscar a inovação e a transformação digital, se possível antecipando-se aos movimentos do mercado e da concorrência.

Um exemplo é uma nova forma de pagamento para comerciantes que vendem por WhatsApp. Esse meio dispensa as máquinas de cartão e, segundo a Cielo, vai beneficiar microempreendedores que querem fugir de taxas e, muitas vezes, não têm loja física ou site. A quarta meta é manter o foco nas pessoas — no caso, os funcionários. “Felicidade dá lucro”, diz Gouveia, lembrando que a companhia costuma frequentar os primeiros lugares nos rankings de melhores empresas para trabalhar.

De fato, duas palavras que vêm à mente quando se visita a sede da Cielo, em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, são “inovação” e “despojamento”. Não há separação hierárquica por baias, as reuniões acontecem em balcões onde funcionários se revezam em banquetas e existem vários espaços para uma pausa no trabalho e interação das pessoas.

Embora a Cielo projete um futuro promissor, o difícil cenário econômico do país, que aumentou o desemprego e reduziu o consumo, afeta os negócios da companhia. Com isso, a empresa tem batido na porta de clientes em potencial que não estão acostumados a receber pagamentos por meio de cartões, como médicos e cartórios. Também criou mecanismos para que a compra seja creditada numa conta de poupança, para aqueles microempreendedores que nem sequer têm conta-corrente.

A ideia é educar e aumentar a penetração do dinheiro de plástico. Espaço para crescer não falta. Afinal, hoje, apenas 28% dos brasileiros usam cartões. Manter a liderança do mercado, inovar sempre e pensar no longo prazo. Essa é a receita da Cielo para, quem sabe?, voltar a dar as caras nestas mesmas páginas em 2018.

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