Valquíria de Marco, da Le Petit Macarons: delicados, coloridos e com embalagem bem feminina (Cibele Tremea Fotografia/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 20 de abril de 2023 às 06h00.
Última atualização em 25 de abril de 2023 às 13h31.
Para a empreendedora Valquíria de Marco a Páscoa seria a principal data de vendas para a Le Petit Macarons, empresa fundada por ela e o amigo Roger Righi Coelho em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, em 2014. Na época, foi um palpite óbvio. O carro-chefe do negócio são os macarons, doces com amêndoas e muito açúcar de confeiteiro vendidos em praticamente toda esquina na França e com apetite crescente por aqui.
Na lista dos mais vendidos entre os 33 sabores à disposição nas prateleiras da Le Petit, onde também é possível comprar só o recheio avulso dos doces, estão Nutella e brigadeiro de avelãs, guloseimas típicas dos ovos de Páscoa com pegada mais premium nos supermercados.
De uns anos para cá, o bom movimento dos meses de março e abril passou a ser ofuscado pelas vendas de maio. “O Dia das Mães virou a nossa principal data”, diz de Marco.
“Nosso produto é delicado, colorido e tem uma embalagem bem feminina, o que atrai muitos clientes em busca de presentes para a mãe.”
O otimismo dos sócios da Le Petit está longe de ser exceção. Muito disso em razão do salto do comércio eletrônico no Brasil na esteira da pandemia. Comprar uma lembrancinha para a mãe nesta época até pouco tempo atrás poderia significar horas de filas no comércio de rua ou em shoppings. Ao que tudo indica, a escolha do mimo foi de vez para a internet.
Em 2022, a véspera do Dia das Mães movimentou 142 milhões de reais entre as pequenas e médias empresas conectadas à Nuvemshop, uma desenvolvedora de tecnologias para lojas virtuais, cinco vezes mais do que em 2019. Uma sondagem recente do Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, com 12.000 empreendedores brasileiros mostrou um otimismo com o Dia das Mães de 2023 até maior que o de datas tradicionais do varejo, como Páscoa e Natal (veja os quadros).
A história da Le Petit mostra um potencial de vendas no Dia das Mães para além do digital. Neste ano, a marca lançou um macaron específico para a data, chamado rosas vermelhas, cujo recheio leva ganache leve de água de rosas com geleia de framboesa ao centro. Como decoração são utilizadas pétalas de rosas desidratadas.
A estratégia de criar sabores temáticos para a data ajudou a Le Petit a faturar em maio praticamente o dobro de um dia normal de vendas no resto do ano. Entre os pedidos mais vendidos no Dia das Mães estão os kits com oito ou 12 macarons e o combo acompanhado de espumante. Em 2023, a expectativa é faturar pelo menos 550.000 reais com a venda de 65.000 macarons nessa época.
Em nove anos, a Le Petit cresceu com o modelo de franquia. Hoje são 25 lojas, responsáveis por um faturamento anual de 15 milhões de reais. A rede é abastecida com macarons fabricados na sede, em Bento Gonçalves, e transportados sob refrigeração.
“Os macarons são descongelados 20 minutos antes de ir para a vitrine”, diz Righi Coelho.
A expectativa para 2023 é abrir um centro de distribuição no Sudeste no segundo semestre, chegar a 40 unidades franqueadas e faturar 23 milhões de reais.