Cena do filme: um verão inesquecível repleto de massas e sorvetes (Divulgação/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 17 de junho de 2021 às 05h46.
Assim como a kriptonita tem o poder de enfraquecer o Super-Homem, a água é o maior medo de Luca Paguro, quando em terra firme. No novo filme da Disney e Pixar, Luca é um monstro marinho de 13 anos que sonha desvendar o que há acima do nível do mar.
Alberto, seu amigo subaquático, já se aventurou para além da superfície, visto que esses seres têm a capacidade de se misturar com os humanos.
Situado na Riviera italiana, o longa traz a história de um menino que vive um verão inesquecível repleto de sorvetes, massas e passeios de Vespa. É também uma fábula da passagem da adolescência para a vida adulta e uma deliciosa atração para todas as idades.
Mas não é só de dolce far niente que vive o personagem. O perigo pode vir tanto das nuvens quanto do mar e dos canos. Se Luca e seu melhor amigo, Alberto, se molharem, seus segredos poderão ser revelados, ao se transformarem de volta nas criaturas marinhas.
“Nossa inspiração foi a vida marinha, como polvos que são capazes de se camuflar e mudar sua aparência”, comenta o diretor Enrico Casarosa. As referências italianas vieram da sua infância. “Tive a sorte de crescer em Gênova, uma cidade portuária na Riviera italiana”, diz.
O cenário à beira-mar foi criado em um estilo pictórico. “É uma costa muito específica porque é muito íngreme, as cidades estão paradas no tempo, e sempre imaginei as montanhas que se erguem do oceano como monstrinhos saindo das águas.”
Ainda que graciosos, os monstrinhos foram inspirados nas criaturas de mapas que datam da Renascença, bem como em ilustrações científicas de peixes da região e dragões e serpentes japoneses. Com referências mais sutis, o filme traz ainda mitos e lendas italianas — desde contos de dragões até a história de um polvo que toca sinos e que, assim, salva uma aldeia de piratas.
“Alguns desses contos foram inventados por pescadores”, diz Casarosa.
Para absorver algumas das características que Casarosa esperava incluir no filme, membros da equipe de produção viajaram até a costa italiana como parte da pesquisa. “Passamos por muitas cidades diferentes. Você realmente precisa ir e sentir as texturas, a luz, a água e os sabores”, diz. Ainda que o visual do filme seja atemporal, segundo Casarosa, o filme se passa no final dos anos 1950 e início dos anos 1960.
A estreia é no dia 18 de junho no Disney+. A versão com dublagem brasileira terá Luis Miranda como Tio Ugo e Claudia Raia e sua filha, Sophia, como as personagens Signora Mastroianni e Chiara.
Abstrações tropicais
Partindo de uma vasta paleta de cores e de símbolos do cotidiano brasileiro, a artista plástica Beatriz Milhazes lança uma edição atualizada de suas obras.
Com referências ao artesanato tradicional e motivos do barroco ao pop, o livro conta com 280 trabalhos da artista produzidos até 2020. Com seleção das obras feita junto com a artista, a publicação inclui uma conversa com o editor Hans Werner Holzwarth, biografia e ensaio de história da arte.
Dos secos aos molhados
Fora do circuito do streaming tradicional, a partir de 16 de junho acontece a 13a edição do In-Edit Brasil — Festival Internacional do Documentário Musical. Com 50 filmes inéditos, entre nacionais e internacionais, talks e shows, um destaque é o documentário Secos & Molhados (Otávio Juliano, Brasil, 2021, 90 minutos).
Do Teatro Municipal de São Paulo, João Ricardo, o criador da banda, narra sua iniciação musical, a estreia, o sucesso e as brigas.
MODA IMERSIVA
As possibilidades das peças de roupas digitais e o impacto da tecnologia na criação são tema da mostra BRIFW — online, claro | Julia Storch
A primeira exposição de moda imersiva da América Latina já tem data marcada. A partir de 17 de junho será possível entrar no metauniverso de Íon e entender melhor sobre a moda digital e todas as possibilidades desse universo fashion.
Desenvolvido em parceria com a Brasil Immersive Fashion Week (BRIFW) e o estilista Lucas Leão, a mostra apresentará o processo criativo por trás de quatro coleções de Leão, com peças físicas desfiladas no SPFW e transformadas em digitais para a mostra. Os participantes terão a oportunidade de conhecer as novidades na moda digital, assim como os impactos das tecnologias na criação dos estilistas.
“A proposta da mostra é aproximar o público dessas novas tecnologias e ferramentas. Queremos levar as roupas para um lugar de reflexão e desmistificar a tecnologia”, comenta Olivia Merquior, cofundadora da BRIFW.
Por meio de um QR code inserido na plataforma, os visitantes também poderão se vestir com as roupas digitais. Além disso, haverá quatro encontros com os artistas que fizeram parte da construção da exposição.