Revista Exame

A receita do fundador da Vórtx para parar de trabalhar de madrugada

Juliano Cornacchia aprendeu o valor de compromissos planejados com antecedência para a eficiência do negócio

Cornacchia, da Vórtx: hábito adaptado da rotina de atleta deu ordem ao trabalho  (Divulgação/Divulgação)

Cornacchia, da Vórtx: hábito adaptado da rotina de atleta deu ordem ao trabalho (Divulgação/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 14 de abril de 2022 às 05h36.

O empreendedor Juliano Cornacchia, fundador da fintech Vórtx, encontrou um jeito de dar conta das demandas num negócio em expansão e, ao mesmo tempo, ter uma vida social ativa. Para isso, ele apostou numa divisão bem detalhada do tempo. “Procuro sempre planejar o meu dia. Se sei que vou trabalhar até tarde, já garanto que não haverá ninguém me esperando para jantar”, diz.

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O planejamento veio na esteira do interesse de Cornacchia pelas provas de endurance, um combo de esportes como ciclismo, triatlo e corrida. A inscrição nessas provas é feita com meses de antecedência. Antes da data, o atleta precisa seguir uma rotina de treinos periódicos. Por isso, Cornacchia passou a dividir os meses em semanas, distribuindo treinos de acordo com o tipo de prova.

Logo o empreendedor adotou o método no trabalho. Os dias começaram a ser divididos em janelas para cada tarefa — 2 horas para conversas com fornecedores, 1 hora para análise das finanças, e por aí vai. Com o método, Cornacchia abandonou o hábito de trabalhar madrugada adentro. “Isso ocorria porque eu não planejava a minha agenda, ia direto para a execução”, diz.

O cuidado com a agenda tem sido fundamental para o bom momento da Vórtx. Fundada em 2015, a fintech oferece tecnologia para o mercado de capitais. O negócio nasceu da experiência de Cornacchia e seu sócio Alexandre Assolini, até então advogados dedicados a operações financeiras. Os dois viram uma oportunidade de digitalizar o backoffice.

É um negócio com alta demanda: a Vórtx tem dobrado de tamanho todos os anos. Em março de 2021, recebeu 190 milhões de reais num aporte da gestora de private equity FTV Capital. Os recursos devem viabilizar uma tokenizadora de valores mobiliários, a Vórtx QR Tokenizadora, que quer testar o uso de blockchain em transações de valores mobiliários, como emissões de debêntures e cotas de fundos de investimento. “A meta é simplificar”, diz. Para chegar lá, Cornacchia aposta numa agenda organizada.

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