Leticia Philippi, fundadora da Philozon: testes para vencer a desconfiança com a ozonioterapia (Ana Correa/Divulgação)
A farmacêutica Leticia Philippi cresceu acompanhando o pai, o médico cardiologista Edison de Cezar Philippi, em andanças pelo mundo atrás de seminários sobre a ozonioterapia, técnica de injeção de substâncias no organismo de modo a liberar o ozônio retido ali. O tratamento promete minimizar processos inflamatórios. Atualmente, a ozonioterapia é liberada no Brasil em procedimentos estéticos, como numa limpeza de pele, e em tratamentos dentários.
Em 2004, quando Edison e Leticia decidiram trazer a tecnologia ao Brasil e fundar a Philozon, nada disso era previsto. “A ideia era fabricar geradores nacionais para a ozonioterapia”, diz Letícia. Com um ano de negócio, Edison faleceu e Leticia tomou as rédeas sozinha do negócio. “A comunidade médica achava meu pai louco, mas eu conhecia pesquisas sérias sobre os benefícios da ozonioterapia. Por isso, segui adiante”, diz.
Em 2016, uma nova virada. Numa viagem aos Estados Unidos, Leticia viu o uso de ozônio na composição química de cosméticos — a substância costuma ser a base de óleos vegetais empregados contra doenças de pele, como a acne. Três anos mais tarde, a empreendedora lançou a Ozoncare, uma linha dedicada a esses produtos. Em 2021, a divisão de beleza respondeu por 30% dos 35 milhões de reais faturados pela Philozon.
Para 2022, a meta da empresa é ter receitas de 50 milhões de reais. Além disso, está no radar o lançamento de produtos nos Estados Unidos. Na pandemia, a ozonioterapia ganhou as manchetes após rumores de o método combater sintomas da covid-19. Por ora, nada disso foi comprovado pela ciência, mas, para Leticia, a publicidade foi boa. “Aumentou o conhecimento sobre o tema”, diz. “Estamos aqui para realizar pesquisas e testes clínicos sobre os efeitos da técnica.”
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