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Roxy Dinner Show e Casa Bradesco ampliam a cena cultural do eixo Rio-São Paulo

Novas casas culturais: cabaré moderno e centro de exposições (Casa Bradesco: Joana França/Todos os direitos reservados/DACS/AUTVIS, 2024/Divulgação)

Novas casas culturais: cabaré moderno e centro de exposições (Casa Bradesco: Joana França/Todos os direitos reservados/DACS/AUTVIS, 2024/Divulgação)

Daniel Salles
Daniel Salles

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 12h27.

Inaugurado em 1938, o Roxy, um dos cinemas de rua mais conhecidos do Rio de Janeiro, foi praticamente posto abaixo pelo empresário Alexandre Accioly. Só as partes tombadas, como o lobby e sua escada, não foram demolidas. No dia 17 de outubro, o antigo cinema será reinaugurado como Roxy Dinner Show. Será uma espécie de Moulin Rouge, o cabaré parisiense que promove um dos dinner shows mais conhecidos do mundo. O espaço em Copacabana vai receber, cinco vezes por semana, o espetáculo Aquele Abraço, concebido por Abel Gomes, diretor-geral da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. “Faltava uma atração como essa na cidade”, acredita Accioly, um dos controladores da Bodytech.

Com direção musical de Pretinho da Serrinha, Aquele Abraço aposta boa parte das fichas em um painel de LED com 30 metros de largura por 7 de altura montado atrás do palco. Vai exibir imagens de Olinda e do Pelourinho, entre outros destinos do país associados a gêneros musicais. O espetáculo, que presta tributo a diversas manifestações folclóricas do Brasil e reúne até 60 pessoas em cena, sempre será precedido por um jantar, incluso no valor do ingresso. O pacote mais em conta custa 580 reais e dá direito a entrada, prato principal e sobremesa. O outro sai por 790 reais e permite que os espectadores se decidam entre mais opções. A cozinha está a cargo do chef Danilo Parah, também à frente do Rudä e do Mäska, em Ipanema.

Com a elaboração de Aquele Abraço, Accioly gastou 10 milhões de reais. Com a demolição e a reconstrução do antigo Roxy, desembolsou outros 55 milhões de reais. Para dar sustentação à nova estrutura, quase 130 estacas de 14 metros de profundidade foram fincadas no terreno. Para aprimorar o isolamento acústico, optou-se pelo conceito de box in box. Nada mais é do que construir uma estrutura dentro de outra, com uma camada de ar entre as duas.

O engenheiro Sérgio Dias e a arquiteta Ana Lúcia Jucá se encarregaram de tirar o Roxy Dinner Show do papel. A restauração ficou a cargo de Jorge Astorga, referência no assunto. O complexo ganhou uma área de backstage de cinco andares e outra, de três, na qual funciona a cozinha. Tudo somado, o empreendimento agora tem 4.400 metros quadrados. Se o antigo cinema chegou a ter 1.700 lugares, o Roxy Dinner Show tem capacidade para 700 pessoas, todas sentadas. “Os turistas passam três noites no Rio de Janeiro, em média”, afirma Accioly. “Tenho a pretensão de que eles gastem uma delas, pelo menos, com o Roxy Dinner Show.”

Em setembro, São Paulo ganhou uma nova atração cultural à altura da carioca de Accioly. Falamos da Casa Bradesco, que faz parte da Cidade Matarazzo, o complexo no qual se encontra a unidade paulistana do Rosewood Hotel. O novo espaço cultural, que tem curadoria de Marcello Dantas, ocupa 5.000 metros quadrados e dispõe de salas de exposições, espaço para crianças, centro de eventos e um laboratório para artistas. Por enquanto, só o espaço de exposições está funcionando. Ele foi inaugurado com a exposição do festejado artista britânico Anish Kapoor. Ingressos a 80 reais.

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