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Aché tem crescimento à base de inovação

Com 17 medicamentos lançados em 2018, o Aché cria o alicerce para se manter como um dos mais rentáveis laboratórios nacionais

Melhores e Maiores 2019: Aché (Exame)

Melhores e Maiores 2019: Aché (Exame)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 04h50.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 14h37.

Um dos maiores laboratórios farmacêuticos nacionais, o Aché não tem economizado em investimentos em pesquisa e inovação — e isso está contribuindo para a conquista de bons indicadores. No ano passado, lançou 17 medicamentos, entre eles anestésicos e produtos para cuidados com a pele. As novidades, em geral fruto de parcerias com centros de pesquisa e empresas — como a suíça Ferrings Pharmaceuticals, voltada para a criação de remédios para áreas como oncologia e gastroenterologia, e a paulista Phytobios, especializada no desenvolvimento de moléculas a partir da biodiversidade brasileira —, representaram 23% do faturamento do Aché nos últimos cinco anos. O laboratório investiu cerca de 17 milhões de reais em inovação nos últimos dois anos.

Vânia Nogueira de Alcântara Machado, presidente do Aché: 500 milhões de reais para fábrica e centro de distribuição em Pernambuco | Germano Lüders

Os resultados dessas iniciativas se fazem sentir. Em 2018, o Aché faturou 740 milhões de dólares, um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. O lucro foi de 152 milhões, um retorno de 27,5% sobre o patrimônio. Em alguns segmentos, como o de produtos para tratamento da pele e antienvelhecimento, o Aché cresceu acima da média do mercado. As vendas de clareadores, formulações antirrugas e para minimizar a queda de cabelos, entre outros, aumentaram 25% em relação a 2017. Com o crescimento, o controle de estoque e a logística foram revistos. O Aché adquiriu um centro de distribuição de 17.000 metros quadrados em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, ao lado de sua fábrica. Antes, os produtos ficavam estocados na própria fábrica. “Com o novo centro de distribuição, há ganho de tempo e de eficiência na entrega dos produtos, um fator que é bastante valorizado por nossos clientes, como hospitais e clínicas”, diz Vânia Nogueira de Alcântara Machado, presidente do Aché.

O plano da empresa é lançar também novas linhas de medicamentos, especialmente na área de oncologia e para o tratamento de doenças do sistema nervoso central, como mal de Parkinson, epilepsia e depressão. Novas moléculas já estão em estudo. Além disso, o Aché vem ampliando sua atuação no segmento de fitoterápicos e produtos à base de nutrientes que têm um papel importante na regulação do metabolismo. Há dois anos, a empresa fez duas aquisições no setor — comprou o laboratório Tiaraju, do Rio Grande do Sul, e o Nortis, do Paraná. Outro investimento é a construção de uma fábrica e de um centro de distribuição no complexo portuário de Suape, em Pernambuco. O Aché está investindo 500 milhões de reais nas obras, cuja inauguração está prevista para outubro. Com a nova fábrica, a companhia espera conquistar uma fatia maior do mercado nordestino, que hoje representa 18% de suas vendas. “Há potencial para crescer mais nessa região”, diz Vânia.

Nos últimos meses, duas multinacionais, a americana Eli Lilly e a suíça Roche, anunciaram a decisão de fechar fábricas no Brasil como parte de uma reorganização global das operações. “Para reduzir os custos, as multinacionais tendem a buscar países nos quais as despesas são menores, mas vão continuar olhando com atenção o mercado brasileiro”, diz Enrico De Vettori, líder da consultoria Deloitte na área de saúde. Segundo ele, as multinacionais estão investindo cada vez mais em medicamentos de alto custo, voltados para doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que são mais rentáveis. “Essas empresas em geral têm mais capacidade de investimento em inovação, algo essencial para crescer na área de remédios mais modernos e eficientes”, diz De Vettori. Assim é a batalha global para se manter na ponta.

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