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Conheça o CEO que leva Lego a sério: são 80 coleções que somam R$ 82 mil

Economista organiza tudo em uma planilha contendo medidas, estágio da montagem e valores, que já somam mais de 82.000 reais

Thiago Muramatsu com parte de seu acervo: 80 coleções compradas no último ano. (Leandro Fonseca/Exame)

Thiago Muramatsu com parte de seu acervo: 80 coleções compradas no último ano. (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 06h00.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 17h17.

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Foi numa loja em ­Paris que o economista Thiago Muramatsu, CEO da incorporadora Syn Prop & Tech (antiga Cyrela Commercial Properties), decidiu iniciar sua coleção de Lego. De férias na capital francesa com a esposa em setembro do ano passado, ele viu em uma loja a réplica em miniatura do carro do filme Os Caça-Fantasmas para montar e, incentivado pela companheira, comprou o brinquedo. “Falei que começaria a colecionar Legos, mas fui para o outro extremo e comecei a comprar muitos”, afirma.

O lado exagerado mencionado pelo executivo talvez faça referência às 80 coleções compradas no último ano. Muramatsu organiza tudo em uma planilha contendo medidas, estágio da montagem e valores, que já somam mais de 82.000 reais. Entre os itens mais caros estão as naves espaciais da franquia de filmes Star Wars, sendo uma delas a Millennium Falcon UCS, com 84 centímetros de comprimento, comprada por 7.000 reais, e uma Imperial Star Destroyer, com 66 centímetros de largura, adquirida por 5.700 reais.

“Mais comprando do que montando” é como Muramatsu define o momento atual do hobby. Na lista de produtos adquiridos ele calcula que em torno de 20 a 25 conjuntos já foram montados. “O restante está nas caixas ainda”, comenta.

Além de calcular os gastos, a planilha tem outra finalidade. A Syn, proprietária de seis shopping centers, tem nos planos fazer uma mostra com a empresa dinamarquesa, e os Legos de Muramatsu poderão ganhar holofotes. Questiono se agora ele terá uma motivação maior para montar os Legos. “Não sei se é uma motivação ou uma obrigação, pois o maior problema que eu tenho de montar é não ter onde guardar”, diz.

Em sua casa, as peças podem ser encontradas expostas em uma prateleira e guardadas nos maleiros dos armários e no closet, onde há espaço de sobra. “Só uso camiseta branca, preta ou azul. Não preciso de tanta variedade de roupa. Mas acho que consigo colocar mais umas três prateleiras em casa”, calcula.

Antes de começar a “profissionalizar” a brincadeira, durante a infância Muramatsu dividia Legos duplos com o irmão. As peças de sua época foram guardadas e passadas para a próxima geração. Mas ele não imaginava transformar a brincadeira em um hobby no futuro. “Quando meu filho nasceu, comprei alguns Legos para brincar com ele. Montávamos juntos, e comecei a ficar com vontade de completar a coleção. Só que eu nunca tinha coragem de comprar, pois acho muito caro”, explica.

Entre as linhas que prefere colecionar estão os Legos de carros e de cultura popular, como o carro do filme De Volta para o Futuro e as casas dos Simpsons e da série Stranger Things. “Não sou um grande fã de Batman, mas tenho uma linha legal da franquia. Quando comecei a colecionar, não quis expandir muito as coleções, porque algumas são muito grandes, com muitas peças, como a de Star Wars, que chegam a ter bonequinhos que custam até 1.000 reais”, diz.

O empresário também prefere seguir os manuais de montagem, já que se considera pouco criativo para montar as próprias figuras. “Existe a galera que faz os modulares, que são aqueles prédios para construir cidades e ruas que eles inventam com as peças. Mas eu não tenho nenhuma criatividade para fazer isso. Eu só copio o manual e pronto, não tenho a inventividade para criar do zero”, lamenta.

Com valores altos, o Lego também pode virar um meio de investir, comenta Muramatsu. “É um mercado em que muita gente investe, a valorização é grande. Existe uma série de fatores que os investidores usam para analisar quais vão valorizar mais ou menos.” Mas as aplicações em blocos de plástico não estão em seus planos. “Não tenho espaço para guardar os que eu quero, não vou usar o espaço que tenho para guardar os que vou vender no futuro”, diz.

A Syn fez no ano passado a maior transação imobiliária do país ao vender quatro torres Triple-A na Avenida Faria Lima, em São Paulo, para a Brookfield, por 1,7 bilhão de reais. A empresa aposta forte agora no setor de entretenimento. “O shop­ping, como um exclusivo centro de compras, acaba sendo um pouco mais do mesmo. Precisamos oferecer algo diferenciado, que gere atratividade e esteja relacionado à experiência, que não possa ser substituído pelo online”, comenta. “E aí há algumas frentes que a gente acha importantes para isso, como serviços e gastronomia”, finaliza o construtor.  


Dicas para começar sua coleção

Muramatsu dá o caminho das peças

→ Escolha um ou poucos temas para colecionar. “Apostar em muitas coleções pode ser um buraco sem fundo.”

→ Planejamento é essencial. ”Um set pode custar até 8.000 reais e demanda espaço.”

→ Invista em programas de fidelidade. “Use o cashback ou o crédito em futuras compras.”

→ Procure por sets usados. “Vale garimpar para encontrar aquela peça que falta.”

→ Faça manutenção. “Muitos vídeos no YouTube ensinam a limpar seus Legos.”

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