Revista Exame

Conheça os melhores fundos de multimercado macro em 2021

Kapitalo foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

Kapitalo e gestoras premiadas apontam que inflação exige aperto monetário maior (Leandro Fonseca/Exame)

Kapitalo e gestoras premiadas apontam que inflação exige aperto monetário maior (Leandro Fonseca/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 23 de março de 2022 às 15h00.

A Kapitalo foi a vencedora da categoria Fundos Multimercado Macro na premiação Melhores de Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo Kapitalo K10 FIC FIM de acordo com a metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas do mercado de capitais. Na segunda colocação ficou o fundo SPX Nimitz FIC FIM, da SPX Nimitz seguida do Vinland Macro Plus FIC FIM da Vinland Capital.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2020 e 2021, além da visão para o ano de 2022:

1o Bruno Cordeiro, sócio e gestor do Kapitalo K10 

“O principal diferencial do K10 é oferecer um multimercado macro com foco global. No último ano, nossas maiores posições foram nos mercados de commodities, em descarbonização e ações globais. Na renda variável, o fundo tinha posições compradas em papéis dos Estados Unidos e da Ásia porque projetamos a diminuição dos prêmios de risco e a valorização das bolsas à medida que as vacinas se provassem eficazes — e foi o que aconteceu. Para 2022, no entanto, a carteira está bem mais defensiva, com a posição praticamente zerada em ações. A principal preocupação é o processo de normalização da política monetária nos Estados Unidos. Os dados da inflação e do mercado de trabalho apontam que a alta de juros deveria ser muito mais rápida do que o mercado está precificando. Para enfrentar o cenário, temos posições tomadas em juros, em especial nos Estados Unidos. O Brasil não está na carteira no mercado de juros, pois o ciclo de alta da Selic está quase finalizado. Também não temos posição em bolsa brasileira, apesar de enxergarmos preços atrativos. Só teremos posição comprada local quando houver clareza sobre a política fiscal do próximo governo.”

2o Bruno Pandolfi, sócio-fundador e cogestor do SPX Nimitz

“Tivemos um bom desempenho no ano passado, com resultados positivos em todas as classes de ativos. O destaque foram as operações com juros. Tínhamos posições tomadas em emergentes e compradas em inflação no Brasil. Em ações, a performance foi puxada principalmente pelo mercado internacional. Foram posições ligadas à reabertura das economias na onda pós-covid, como ações relacionadas ao turismo. No Brasil, as contribuições vieram de posições compradas em ações defensivas e vendidas em crescimento, que foram prejudicadas pelo fraco desempenho da economia brasileira. Ainda tivemos resultados positivos em commodities. Estávamos comprados em grãos no primeiro trimestre devido ao efeito da La Niña na produção de soja e milho. No fim do segundo trimestre, apostamos na alta do petróleo e em crédito de carbono. Na parte de moedas, tivemos posições compradas em dólar em países emergentes e, no fim do ano, vendidas em euro. Foram retornos diversificados, mas com maior concentração no mercado de juros. Cerca de 70% de nosso retorno veio de fora do Brasil.”

3o James Oliveira, head de juros e moedas da Vinland Capital

“No ano passado, a expectativa era pela retirada de estímulos, um cenário positivo para equities [ações]. Mantivemos algumas posições long [compradas] no Brasil e nos Estados Unidos, mas com posições tomadas em juros e inflação. Nas posições em equities e câmbio durante o ano, ganhamos e perdemos, perdemos e ganhamos. Entendemos que a inflação seria mais alta do que a esperada e que os juros ficariam mais altos do que a curva estava precificando no Brasil, nos Estados Unidos, no Chile e na Colômbia. Acreditávamos que os bancos centrais teriam de fazer movimentos maiores e não poderiam ser tímidos porque a pressão inflacionária seria muito alta, e foi o que aconteceu. Todos esses países se mexeram. Hoje, a curva tem apresentado aumentos significativos e temos posições menores na América Latina, incluindo o Brasil, porque as taxas já estão altas. Mas, nos Estados Unidos, o Fed está muito atrasado e terá de subir os juros acima da taxa neutra. Estamos tomados na parte curta da curva de juros dos Estados Unidos. Atualmente, é nossa principal posição.”  

Acompanhe tudo sobre:Açõeseconomia-brasileirafundos-de-renda-fixaGestores de fundosInvestimentos-pessoaisJurosMercado financeiro

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda