Revista Exame

Conheça os melhores fundos de debêntures incentivadas em 2021

CA Indosuez foi a vencedora dessa categoria do Melhores do Mercado, da EXAME; leia o depoimento dos gestores à frente dos 3 fundos premiados

CA Indosuez - a partir da esquerda
Sérgio Rodovalho (analista)
Nelson Chaves (responsável pela análise de crédito)
Urbano de Moraes (CEO)
Cassia Sguizzato (Analista comercial)
Guilherme Nogueira (Analista)
André Fadul - sentado (gestor de fundos)
Fábio Passos (CIO)
Rafael Ferreira (analista de credito)

Foto: Leandro Fonseca
data: 09/03/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

CA Indosuez - a partir da esquerda Sérgio Rodovalho (analista) Nelson Chaves (responsável pela análise de crédito) Urbano de Moraes (CEO) Cassia Sguizzato (Analista comercial) Guilherme Nogueira (Analista) André Fadul - sentado (gestor de fundos) Fábio Passos (CIO) Rafael Ferreira (analista de credito) Foto: Leandro Fonseca data: 09/03/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 23 de março de 2022 às 15h00.

A CA Indosuez foi a vencedora da categoria Fundos de Renda Fixa – Debêntures Incentivadas na premiação Melhores do Mercado da EXAME, relativa ao ranking mais tradicional da indústria de fundos de investimento do país. A gestora foi premiada com o fundo CA Indosuez Debêntures Incentivadas de acordo com a metodologia definida pela EXAME com a ajuda de especialistas do mercado de capitais. Na segunda colocação ficou o fundo ARX Elbrus, da gestora ARX; seguida do AZ Quest Debêntures Incentivadas, da gestora AZ Quest.

Veja abaixo os depoimentos em primeira pessoa dos gestores à frente dos três fundos premiados da categoria, em que eles contam as estratégias e as decisões de alocação tomadas em 2020 e 2021, além da visão para o ano de 2022:

1º CA Indosuez (André Fadul, gestor de renda fixa)

“Tivemos um bom desempenho em 2021, pois boa parte da gestão foi pautada pela cautela. Aproveitamos a distorção de alguns preços, porque durante a pandemia empresas muito sólidas, como Vale e Usiminas, foram negociadas com prêmios mais atrativos. Mesmo assim, utilizamos derivativos para fazer o trabalho de redução de duration [prazo médio ponderado para recebimento do valor investido em um título de renda fixa] dos papéis ou para adotar uma proteção para os títulos mais longos. Tínhamos uma expectativa de inflação mais elevada já em 2020 e capturamos isso de maneira responsável, justamente pela identificação de boas oportunidades, pela proteção que adotamos na carteira e por termos aproveitado o caixa para fazer mais alocações. Olhando para 2022, vemos um endividamento corporativo mais saudável, mas há desafios. O custo de dívida está elevado e agora as empresas precisam entregar resultados mais sólidos, dado que o ‘perdão’ da pandemia acabou. Quando avaliamos as taxas das novas emissões e os desafios que essas empresas têm à frente, os prêmios não estão conversando.”

2º ARX Investimentos (Pierre Jadoul, Gestor de estratégias de crédito privado)

“O foco da gestão está na parte de crédito. Entramos em 2021 bastante defensivos, com uma duration abaixo do benchmark. Nós enxergávamos que, dada a dinâmica política e econômica do Brasil, faltava prêmio na curva de juros. Na segunda metade de 2021, quando o mercado começou a estressar, entendemos que, apesar do cenário mais conturbado, existia um nível de prêmio na curva de juros. Começamos a alongar a duration. Aumentamos o risco, mas com movimentos tímidos. E conseguimos captar um alfa [retorno acima da média de mercado] com esse play de juros. E, além disso, no mercado de infraestrutura havia um prêmio de risco bastante relevante em 2021. No fechamento do spread, capturamos um alfa, mas acabamos sendo conservadores e não alongamos nossa duration. Mantivemos um fundo neutro, os spreads foram fechando e nós reduzimos risco. Hoje, buscamos uma carteira de crédito mais curta. Vemos empresas com emissões muito longas a preços que não condizem com o risco do ativo.”

3º AZ Quest (Laurence Mello, sócio e gestor de crédito)

“O resultado de 2021 foi consequência direta de 2020. Na crise, os juros foram para patamares muito baixos e as empresas se saíram bem operacionalmente, com a explosão do consumo. A infraestrutura, que tinha sofrido, já estava se recuperando. Do ponto de vista do crédito, o ambiente era muito tranquilo. Tínhamos de entender o cenário macro. As commodities já estavam subindo no fim de 2020, enquanto os auxílios incentivavam o consumo. Todos sabiam que a inflação forçaria o Banco Central a normalizar os juros. Posicionamos o fundo para capturar a abertura da curva de juros. Dentro do crédito, sabíamos que poderíamos manter as empresas no portfólio, mas, mais do que isso, alavancar. Em vez de ficarmos tomados em juros, apostando na abertura da curva, fizemos o fundo ter alavancagem em CDI para receber o spread [prêmio de risco] de crédito. A soma dos eventos fez com que o resultado do fundo fosse muito superior ao do CDI e com risco baixo.”

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