Centro de distribuição da Sanofi: centralizar a operação acelerou a entrega aos clientes (Leandro Fonseca / EXAME)
Marina Filippe
Publicado em 15 de junho de 2016 às 18h21.
Última atualização em 14 de março de 2018 às 16h59.
São Paulo – Em 2013, quatro anos depois de adquirir o laboratório brasileiro de genéricos Medley, os executivos da empresa farmacêutica francesa Sanofi perceberam que era hora de tornar mais eficiente a distribuição de medicamentos das duas companhias, que permaneceram separadas após a compra.
Até então os dois laboratórios trabalhavam com três empresas de logística e os produtos faziam um périplo antes de chegar a farmácias, hospitais e postos de saúde: eles eram recolhidos em três fábricas — duas no estado de São Paulo e uma em Brasília — e levados para dois armazéns.
Depois, para 11 pequenos centros de distribuição e só então entregues aos clientes. Também foi constatado que 70% dos clientes eram compradores das duas companhias, mas os produtos eram recebidos em momentos diferentes e, muitas vezes, com avarias. Para eliminar essas ineficiências, a Sanofi colocou em prática uma série de medidas.
Entre elas, fechou nove dos 11 galpões e investiu 200 milhões de euros na construção de um centro de distribuição de grande porte em Guarulhos, na Grande São Paulo, próximo a duas de suas três fábricas no país. O centro está em operação desde novembro de 2015. Veja os outros passos da mudança e os resultados.
A Sanofi passou a trabalhar com apenas uma empresa de logística e a monitorar de perto o trabalho dos funcionários dessa companhia dentro do próprio centro de distribuição. Isso permitiu negociar melhor custos e prazos com a terceirizada. Agora, dali, a maioria dos caminhões do prestador de serviços sai lotada diretamente para os clientes — sem desvios.
Durante os nove meses de construção do centro, 90 funcionários de áreas como RH e tecnologia da Sanofi e da Medley avaliaram — entre as duas empresas — quais os processos que deveriam ser adotados na área de distribuição. Os códigos de barra, por exemplo, antes diferentes, passaram a ter a mesma qualidade de impressão e quantidade de informações.
Com a adoção de um novo software, os clientes foram orientados a pedir caixas fechadas de produtos em vez de encomendas unitárias. Com isso, as separações manuais — que consumiam tempo dos funcionários e danificavam as embalagens — diminuíram. O uso de uma empilhadeira menor também deu agilidade à organização das mercadorias em corredores estreitos.
A unificação da distribuição dos produtos diminuiu os custos operacionais em 30% e o tempo de entrega das mercadorias caiu 30%. O software de pedidos reduziu 35% a incidência de avarias nas embalagens.