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Primeira colheita de uvas após enchentes no RS revela alta qualidade para vinhos

Após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, o setor vitivinícola comemora safra de 2025 acima da média

 (Catarina Bessell/Exame)

(Catarina Bessell/Exame)

Heleno Facchin
Heleno Facchin

CEO da Nova Aliança Vinícola Cooperativa

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 06h00.

Depois de uma quebra de safra de mais de 30% na colheita da uva em 2024 e das perdas e dos impactos gerados em razão dos deslizamentos e das enchentes, o setor vitivinícola no Rio Grande do Sul está entusiasmado com a vindima 2025. O clima, a partir de julho do ano passado, foi muito favorável para que a videira conseguisse repousar, brotar e ter um desenvolvimento satisfatório, colaborando para a obtenção de uvas que estão apresentando uma qualidade surpreendente, proporcionando colheitas sensacionais.

O trabalho de milhares de famílias segue até março, mas as castas precoces, especialmente as brancas e tintas viníferas utilizadas na elaboração de espumantes e vinhos brancos, apresentaram ótima qualidade e sanidade, com equilibrada relação de açúcar e acidez, aspecto fundamental na produção de espumantes, na qual o Brasil tem se destacado cada vez mais mundialmente pela excelência técnica.

Neste primeiro mês de vindima, a categoria das uvas americanas, também muito importante na elaboração do suco de uva, também se destacou, criando um clima de comemoração entre os agricultores.

Na Nova Aliança Vinícola Cooperativa, em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, nossa estrutura durante a safra reúne diretamente mais de 1.500 pessoas em 20 municípios do Rio Grande do Sul, numa megaoperação que estima colher 40 milhões de quilos de uvas. São mais de 600 famílias de cooperados que acordam todos os dias antes de o sol raiar para colher muito mais do que uvas, mas a esperança de um ano promissor. Isso sem contar nossos vinhedos próprios em Santana do Livramento, na Campanha Gaúcha. Mais de 5.000 pessoas, entre cooperados e colaboradores, dependem desse movimento regido pela uva, que é afetada diretamente pelas condições meteorológicas.

O ano de 2024 foi desafiador, mas também de resiliência e superação. Celebrar a vindima 2025 com essa qualidade excepcional é tudo de que o setor vitivinícola precisa. Para o consumidor, o lado positivo é que nos próximos meses chegam ao mercado rótulos brasileiros excepcionais. Cada família cooperada tem na vindima a realização de seus sonhos que se concretiza por meio do trabalho. Agora é torcer para que o clima siga fazendo a sua parte até o final desta grande colheita.

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