(Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)
Marcelo Sakate
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 22h00.
Os bancos brasileiros tiveram um ano desafiador em 2020. A pandemia explica parte relevante da história, mas não ela inteira. As receitas somadas das empresas de serviços financeiros recuaram quase 10% no último ano, para 108,3 bilhões de reais, em decorrência da crise econômica provocada pela covid-19, mas, ainda assim, os bancos brasileiros mais uma vez deram prova de resiliência, a exemplo do que já havia acontecido na crise financeira de 2008.
A inadimplência de pessoas físicas não explodiu nos meses mais agudos da crise, em boa medida graças à suspensão dos pagamentos pelos bancos, e sim ficou sob controle e até diminuiu, mesmo com a retomada das cobranças. A taxa média de inadimplência encerrou o ano passado em 4,2%, abaixo dos 5% de 2019.
Para os maiores bancos do país, privados ou públicos, foi um ano para preservar o capital com o aumento das provisões para os picos de inadimplência que não chegaram, mas também de ganhar eficiência operacional e de acelerar investimentos na digitalização dos negócios. Novas plataformas foram lançadas para o cliente, ao mesmo tempo que milhares de agências foram fechadas porque se tornaram desnecessárias, pois até o cliente mais resistente à tecnologia descobriu a praticidade de realizar operações pelo aplicativo ou pelo internet banking.
A mudança de comportamento do consumidor de serviços e produtos financeiros deu o tom do outro desafio enfrentado pelos bancos: a crescente concorrência com novos entrantes e players que abraçaram com mais ímpeto a transformação digital e as vantagens do modelo, como o ganho de escala mais acelerado e a redução de custos, tudo com a bênção regulatória do Banco Central para estimular a competição e beneficiar o cliente.
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