Revista Exame

Campeãs do investimento

Um levantamento de EXAME, mostra que, em 2010, empresas responderam ao aquecimento da economia brasileira com a expansão de seus negócios. O cenário se repetirá em 2011?

Mais minério: a Vale responde por 80% do investimento de seu setor no país

Mais minério: a Vale responde por 80% do investimento de seu setor no país

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 16h19.

São Paulo - O ano de 2010 será lembrado não só pelo crescimento forte da economia brasileira mas também pela reação das empresas no país na forma de investimentos.

Após o baque da crise financeira no final de 2008 e início de 2009, o vigor do consumo interno reaqueceu a economia e inspirou um novo ciclo de projetos e de aumento da produção. Correr para atender ao aumento da demanda se tornou um imperativo em muitas companhias.

Cerca de 380 bilhões de dólares, o equivalente a 18,4% do produto interno bruto, foram investidos por empresas privadas e públicas para expandir ou renovar a capacidade de produzir bens e prestar serviços. Foi o segundo maior volume de investimentos na década, atrás apenas dos 19,1% do PIB de 2008.

A edição especial Melhores e Maiores, de EXAME, que circula a partir de 7 de julho, trará um levantamento inédito: a lista das 100 empresas que mais investiram ao longo do ano.

Em seu conjunto, esse grupo de grandes companhias destinou 76 bilhões de dólares ao reforço da produção — ou 20% do investimento total registrado no país em 2010.

Mais da metade dos recursos, 55% do total, foi utilizada na aquisição de máquinas e equipamentos, o que evidencia a modernização e a ampliação do parque instalado.

O grande destaque no levantamento foi o setor de energia. Seus investimentos chegaram a 36,5 bilhões de dólares, puxados principalmente pelas áreas de petróleo e gás, com a Petrobras e suas controladas à testa.

A estatal tem no cronograma empreendimentos como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o maior investimento individual de sua história.


Localizado em Itaboraí, no litoral sul fluminense, o complexo vai ocupar uma área equivalente a 12 Maracanãs e movimentar 8,4 bilhões de dólares. Pelos cálculos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o projeto deve gerar 271 000 postos de trabalho diretos em 2015, quando funcionará plenamente.

Entre as companhias privadas, o destaque no levantamento é a Vale. Em 2010, a empresa investiu 5,3 bilhões de dólares, o equivalente a 80% do total aportado pelo setor de mineração no país. A Vale está desenvolvendo em Canaã dos Carajás, no Pará, o projeto Carajás Serra Sul, o maior de sua história.

Nesse empreendimento, a mina será interligada a uma unidade de beneficiamento por meio de um conjunto de esteiras com 9 quilômetros de extensão. O sistema dispensa caminhões e diminuirá em 77% o consumo de diesel e as emissões de gás carbônico.

O projeto, estimado num total de quase 7 bilhões de dólares, levou cinco anos para ser desenvolvido e envolveu equipes de engenharia da Vale do Brasil, do Canadá e da Austrália.

De acordo com os analistas, a euforia de 2010 não deve se repetir neste ano. A alta dos juros e as medidas de retração de crédito adotadas para conter a inflação começam a ter efeitos também sobre o consumo e os investimentos.

Como a crise internacional perdura e as exportações não reagem, a tendência nas empresas por ora é a cautela. "O sonho do governo era conter o consumo e manter os investimentos", diz Francisco Faria, especialista em cenários macroeconômicos da LCA Consultores. "Mas não há mágica."

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